sexta-feira, 19 de julho de 2013

Família Feliz


Este título recorda-me um menu de restaurante chinês.
Menu esse que consiste numa pequena variedade de especialidades, sempre acompanhadas do arroz XAU XAU, e que se destina a preencher a mesa de uma família chinesa em dia de festa. Essa ementa, equilibrada como é, sacia um pequeno grupo sem chegar a enjoar. Ao contrário das refeições portuguesas, a comida chinesa contem todos os nutrientes necessários para uma alimentação agradavelmente equilibrada, nunca chegando a enjoar nem a fazer mal quando ingerida nas doses sugeridas nos menus chineses.  "Família feliz para 6 pessoas. – Família feliz para 8 pessoas…" 
Há também que ache pouco a encomende um menu de 8 pessoas apenas para dois ou três comensais e é isso que faz mal como em tudo na vida.
Tudo aquilo que passe das medidas torna-se prejudicial.
Família feliz tem de ser realmente equilibrada. Nem com intensidade a mais nem a menos, o bastante para se manterem todos unidos sem se anularem uns aos outros. Manter um equilíbrio entre os elementos sem excessos.
Equilíbrio é o essencial.
Por isso se diz que os opostos se atraem.
Na cultura chinesa dá-se valor as coisas simples comparando-as muito sabiamente com a vida.
Família feliz é, nada mais nada menos, que o equilíbrio harmonioso entre vários elementos.
Sem dúvida que isso sim, é um dos conceitos de felicidade. 

Coisas da Vida

"A sabedoria não se encontra no topo de nenhuma montanha nem no último ano de um curso superior.
É num pequeno monte de areia do recreio do jardim-de-infância que se pode aprender tudo o que é necessário na vida:
Partilhar                                                                                                       
Respeitar as regras do jogo
Não bater em ninguém
Guardar as coisas nos sítios onde estavam
Manter tudo sempre limpo
Não mexer nas coisas dos outros
Pedir desculpa quando se magoa alguém
Viver uma vida equilibrada: estudar, pensar, desenhar, pintar, cantar, dançar, brincar, trabalhar, fazer de tudo um pouco, todos os dias."
 Robert Fulghum



                                                                                                   

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Hibernar

Tenho sono.
Muito sono...
Preciso hibernar.
Preciso dormir até que o inverno passe!  
É verão, eu sei.
Mas eu preciso hibernar.
Dormir a sono solto sem sonhos, pesadelos, barulhos ou outras interrupções.
Dormir sem dar pelo tempo passar.
Acordar nem que seja daqui a cem anos. 
Jovem e fresca como a bela adormecida.
E se comer uma maçã, ou picar um dedo num fuso?… quero dormir! 
Quero esquecer o cinzento e acordar no azul!
Não é possível, eu sei...
Como seria maravilhoso carregar num interruptor e apagar o que não interessa!
Apagar a luz e dormir...
Suprimir o que incomoda!
Dormir até que tudo passe! 
Hibernar, pronto!

Eu preciso de hibernar.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Do que me divorciaria?...

Divorciarme-ia da passividade...
Divorciarme-ia da mesquinhez...
Divorciarme-ia da monotonia...
Divorciarme-ia da carteira vazia...
Divorciarme-ia da cusquice...
Divorciarme-ia da medocridade...
Divorciarme-ia da falsidade...
da estupidez alheia...


Divorciarme-ia do trabalho forçado... apenas por que tem de ser...
Enfim... cortava relações com o que não me interessa!

domingo, 5 de maio de 2013

Com quem casaria?...


No meu percurso de vida tenho conhecido todo tipo de pessoas. Algumas interessantes... Tornei-me amiga de umas,   conhecida de outras, como se conhece alguém na padaria e nunca mais se vê. Criei afinidades e cumplicidades com outras ainda. Assim são as amizades, umas aparecem e ficam, outras vão, e voltam de vez em quando, e há ainda aquelas, que não voltam mais mas que deixam saudade. A vida é assim… As amizades são como o casamento. Há casamentos para a vida toda, há outros que não… mas todos deixam marcas. Costumo dizer que casaria com varias pessoas, não no sentido de constituir família, mas sim construir uma amizade cheia de cumplicidade como um casamento duradouro! Casar já casei e partilho com ele a maior das cumplicidades, a educação de um filho. Mas continuo a dizer que das muitas pessoas que conheci até hoje, casaria com umas quantas, de tão interessantes que são.
Casaria também com coisas. Casaria com os meus livros por me fazerem viajar, casaria com as minhas telas por me fazerem voar, casaria com o meu sofá por me fazer dormir... casaria com o Excel (folha de cálculo), por ser tão inteligente..., só lhe falta limpar a casa e passar a ferro!



quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Sorriso


Creio que foi o sorriso,

o sorriso foi quem abriu a porta.

Era um sorriso com muita luz 

lá dentro, apetecia 

entrar nele, tirar a roupa, ficar 

nu dentro daquele sorriso. 

Correr, navegar, morrer naquele sorriso.   
  

                            Eugénio de Andrade