quinta-feira, 16 de junho de 2016

Em frente...

Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.
Tento alcançar isso todos os dias abstraindo-me das mesquinhices, de que tanto se ocupam varias pessoas. Prefiro ser distraída e viver de bem com o mundo do que demasiado atenta e viver a lamentar o mais insignificante dos problemas.
Peço apenas ao cosmos a energia certa para seguir o meu caminho com paz e amor junto de todos que me querem bem, porque eu quero bem a todos.

Sílvia Q. Sanches - Junho 2012

Palhaços

Adoro Carnaval! Sempre adorei. Vivo o ano inteiro a projectar fantasias de Carnaval, tudo que vejo fora do comum digo logo que pode ser uma ideia boa para uma mascara. Enfim cada maluco sua mania, eu vivo a tara do Carnaval, a quem tenha taras piores!
Já vivi imensas personagens, (sim vivi, porque eu quando me mascaro é a valer, encarno o personagem que estou a vestir), mas a personagem que me diverte mais e com que me sinto à vontade é o palhaço. Já representei vários palhaços, ricos, pobres, tristes, trapalhões, criativos, fantasiosos, só de palhaço tenho uns quantos fatos.
Eu vibro com toda a fantasia do Carnaval e quem me conhece sabe bem do que estou a falar, acho que volto a ser uma menina vivo esses 3 dias e 4 noites em autentica euforia, fico doente se não posso aproveitar esses momentos.
Mas os palhaços...
De palhaço sinto-me livre, digo o que me apetece e ninguém leva a mal, até acham piada! Eu brinco, danço, rio e não sei, mas parece que acordo toda a alegria que existe dentro de mim, mas com o fato vestido e a cara pintada! É que palhaços somos todos, uns mais que outros e também há quem queira fazer de nós palhaços mas isso dispenso. Só sou palhaça quando me apetece e para me divertir, os palhaços do circo é que se vestem para divertir os outros, às vezes sabe-se lá com que vontade, coitados. E o público diverte-se muito, fica muito bem-disposto mas depois vai-se embora e o palhaço fica ali, sozinho. O público até pode voltar porque gostou do espectáculo, pode até ter saudades do que viu, mas não sabe nada do palhaço. Se está feliz, se triste, como vive ou se sente. Ele é que tem de preocupar-se em divertir os outros mas ninguém pensa em diverti-lo a ele.
É triste ser-se palhaço! Especialmente no circo da vida! No Carnaval é-se palhaço porque se quer, e isso é bom! Eu adoro!
Não me queiram é fazer de palhaça!

Sílvia Q. Sanches - Janeiro 2010

Golfe & Caldo Verde

Li, recentemente numa revista:" Golfe português no top mundial. "Portugal é um dos melhores destinos mundiais de golfe", refere o gotravelinsurance.co.uk. Citando a Association of Independent Tour Operators (Aito), o site afirma: " O Algarve tem uma das maiores concentrações de campos de alta qualidade da Europa".


Aconselha-se uma visita aos campos do Estoril e Sintra."



Oh meus amigos!... Isto é um gozo à malta! Esta bem que temos de nos virar para o turismo.

Mas para quê o golfe?

Para quê campos relvados a perder de vista se nem as cabrinhas lá podem pastar sujeitas a levar com uma bolada nos "cornos".

Ponham mas é essa malta dos tacos com uma enxada na mão a fazer algo de positivo pela crise mundial na agricultura.

Se continuam a fazer campos de golfe desta maneira, e os campos de cultivo cada vez menos trabalhados qualquer dia temos mesmo de comer a relva cortadinha dos campos de golfe.

E olhem que já será muito bom, sempre passa bem por caldo verde!


Sílvia Q. Sanches - Março 2011



Limpeza das praias

É impressionante a quantidade de lixo que dá a costa. Plásticos, então, são cerca de 90% do lixo que se acumula na areia.
Enquanto apanhamos algum desse lixo fazemos também exercício físico além de contribuir com 0,000001% na limpeza da praia, mas 200% na limpeza de espírito.
Uma caminhada pela praia pode ser agradável e ao mesmo tempo produtiva. Além de se respirar o ar do mar, ao caminhar sobre a areia, podemos fazer algum exercício ao apanhar pequenas tampinhas de plástico que dão à costa, tal como se apanharia uma conchinha... Encher um saco de pequenos pedaços de plástico poderá contribuir para a felicidade de alguém e ajudará, ainda que muito pouco, a evitar o lixo no fundo do mar e nas praias.
Faça o mesmo, nem que seja uma vez, vamos ajudar-nos, ajudando! 
Influenciem amigos e familiares!


Silvia.Q.Sanches - Março 2014


terça-feira, 14 de junho de 2016

Sair de cena

A longa metragem, tipicamente portuguesa, corre o risco de se tornar uma infinita metragem com cenas demasiadamente longas e falas à medida do curto orçamento. 
A monótona e sensaborona história pode até ser considerada uma obra de arte. 
Alguns aplaudem, outros copiam... há até quem inveje o que julga ver. 
Na verdade,  ninguém assiste à totalidade do filme. 
Tornou-se socialmente correto apreciar historias longas, cada vez mais raras. 
O que escasseia torna-se valioso aos olhos da sociedade, mesmo que a historia seja incompreensível.
As expectativas elevam-se, o realizador perde a imaginação, ao guionista faltam as palavras e o elenco perde a cumplicidade.
A película não comporta muito mais e há que acabar com a história. 
O dilema é como acabar.
Queima-se viva a protagonista, desvendando-lhe os actos de bruxaria?
Envia-la para o desterro, deserdada de todo e todos?
Morrerá heroicamente numa batalha campal ou partirá numa fuga inglória, desaparecendo na neblina para todo o sempre? 
O publico já dorme aguardando um final um final feliz, mas há que chocar, marcar pela diferença e sair de cena sem perder o protagonismo.


Sílvia Q. Sanches - Março 2015


Mundo louco

Vivemos numa época de extremos. Do tudo ou nada....
Somos cada vez mais independentes, desligados.
A evolução tem-nos tornado nisto.
Na pré historia vivíamos em grandes grupos. Um instinto de primatas que nos mantinha em segurança e dava continuidade à espécie.
Ao longo da historia da humanidade fomos alterando os hábitos, mudando de necessidades...
De grupos grandes passaram a haver famílias...de grandes casas de família, degeneraram outras pequenas famílias... os casais com pouco mais de dois filhos... os casais com um filho... os casais com um cão ou um gato... o mono-parlamentarismo... a opção de ficar só...
Ser só por vezes parece ser a mais sábia das opções embora se tenha uma visão "da família" ainda muito vincada em cada um de nós e na sociedade em geral.
A evolução tem-nos tornado seres únicos e se "ninguém é de ninguém" para quê o sentido de posse, o sentido de "família"?
Para quê ser-se responsável por pessoas que se tornaram tóxicas na nossa vida?
Cada um evolui por si mesmo, em cada uma das suas próprias vivências, interpretando a vida da sua própria forma.
Para quê seguir grupos, lideres, famílias, normas?...
Nem todos evoluíram da mesma forma, bem sei.
A sociedade em geral retrocedeu. Manifesta-se em grandes grupos embriagados de futebol, religião, politica... influenciados pelos media, pelo "desporto", pelos reality show, pelo dinheiro, acima de tudo pelo poder!
O poder de alguém que pensa por si mesmo e que sozinho influencia uma sociedade com instintos primatas.


Sílvia.Q.Sanches - Maio 2016
  

Aquilo a que damos valor


Fausto - "Atrás dos tempos outros tempos vêm" do disco "Madrugada dos Tr...

Com Papas e Golos se entretém os tolos

Voltámos a épocas passadas. Épocas em que se mantinha o povo distraído com futebol, fado e religião para enganar a fome e mascarar a miséria em que se vivia. Nada tenho contra a religião, respeito a convicção de cada um assim como gosto que respeitem a minha. O que me entristece é que com tanta evolução a fórmula é exactamente a mesma, um bocadinho mais refinada mas exactamente a mesma.

Enquanto o povinho tem estado ocupado a olhar para o Papa, com direito a “feriado” em vários sectores, vão metendo a mão no bolso de quem menos ganha. Sim, porque não são os grandes gestores e classe politica, que contribuíram maioritariamente para o estado em que se encontra a nossa economia, que vão sentir o aperto do cinto… O povinho que não sabe mais do que trabalhar e pagar para poder trabalhar é que continua a pagar, pagar, pagar…

Bem isto parece um discurso de esquerda, podia até ser, mas tal como na religião não gosto de tomar partidos, trata-se simplesmente de um lamento de quem se sente cada vez mais espezinhado pelo sistema. É triste a forma como a classe que mais produz é tratada. Mas vai-se embebedando a populaça que esquece depressa e até as calças baixa se for preciso.

O povinho entretido com o Papa e os festejos de Fátima não percebe que se gastou 750 milhões de Euros para receber o velho homem. Grandeza tal que até faz corar alguém um pouco mais atento, não sei se de raiva se desespero ou mesmo vergonha, quando se vem a saber que no final do ano os subsídios de Natal estarão comprometidos com um corte significativo como contributo no combate a crise, que o I.V.A vai aumentar sujeitando a subida dos bens alimentares e medicamentos, que o I.R.S aumenta e com menos benefícios, que os ordenados estão congelados por tempo indeterminado, que os combustíveis aumentam mesmo com o petróleo a baixar, e muito mais… Mas pior ainda é quando se sabe que o país vai ajudar a irmã Grécia e que para tal vai ter de pedir dinheiro emprestado, isto então é de gritos.

De gritos é também o facto de assistir a uma euforia exacerbada com o futebol e as vitórias de um qualquer clube e o desinteresse pelo estado em que nos encontramos. Temo que se deslocam mais pessoas aos estádios e/ou a locais onde transmitem o futebol do que as mesas de voto nas ultimas eleições.

É triste ver que o povinho se vai deixando levar pela maré e que mesmo a avizinhar-se a tempestade do século, continua impávido e sereno brincando nas ondas, cada vez mais altas, com ou sem prancha, como se nada estivesse em perigo.

A embriaguez do futebol é tamanha que o resto passa despercebido e o povo fica feliz…

Enfim, Roma antiga dava circo e pão ao seu povo, nós temos Papa e Golos!

É uma alegria!

Sílvia Q. Sanches - Maio 2010

Ser Tuga

SER PORTUGUÊS É:


Levar arroz de frango para a praia.

Guardar as cuecas velhas para polir o carro.

Lavar o carro na rua, ao domingo.

Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).

Passar o domingo no shopping.

Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.

Ter bigode.

Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.

Receber visitas e mostrar a casa toda.

Enfeitar as estantes da sala com os presentes do casamento.

Exigir que lhe chamem 'Doutor'.

Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.

Axaxinar o Portuguex ao eskrever.

Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'.

Já ter 'ido à bruxa'.

Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.

Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.

Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.

Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).

Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

Ter três telemóveis.

Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.

Ir à bola, comprar o bilhete 'prá-geral' e saltar 'prá-central'.

Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.

Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.

Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.

Pendurar a Bandeira Portuguesa na janela enquanto decorre o Euro e, logo a seguir a acabar, tira-la logo porque "é foleiro"


Viva Portugal, carago...

Sábias Palavras

Passamos pelas coisas sem as ver,

gastos, como animais envelhecidos:

se alguém chama por nós não respondemos,

se alguém nos pede amor não estremecemos,

como frutos de sombra sem sabor,

vamos caindo ao chão, apodrecidos.

                                                Eugénio de Andrade