terça-feira, 26 de julho de 2016

Descendo o rio...

  



  A vida é como uma descida de rio desde a sua nascente.

Eu já atravessei pelos os rápidos cheios de pedras e perigos, ainda estou numa zona onde a força da água me arrasta, mas sei que em breve a corrente acalma eu poderei apreciar tudo o que me rodeia remando ao meu ritmo com toda a suavidade.
Ainda me aguarda uma corrente forte, talvez uns pequenos rápidos ou mesmo uma pequena cascata, mas estou confiante que conseguirei equilibrar a minha pequena canoa, descer este meu rio até à foz e entrar no mar. 

Sílvia Q. Sanches - Julho 2016

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A todos...

A Casa da cultura


A minha infância foi vivida numa época de grandes mudanças causadas pela revolução do 25 de Abril. Os meus pais como tantos outros da sua geração, viviam aquele espírito com muita intensidade e conseguiram transmitir-me o entusiasmo do momento.
                                                   
Participei, com umas quantas dezenas de outras crianças, em actividades lúdicas ao ar livre, organizadas pela então Casa da Cultura, no Parque D. Carlos I. Desenhos e pinturas num papel de cenário desenrolado pelo chão do parque, trabalhar o barro ou plasticina em grandes mesas, (que alegria), ouvir concertos acústicos aos pés do Zé Barata Moura e do Zeca Afonso, saber de cor a Joana Come a Papa, o Olha a Bola Manel e o Grândola Vila Morena, eram coisas que faziam parte da vida social de qualquer criança da época, eu não fui excepção. .



Sílvia Q. Sanches


quinta-feira, 7 de julho de 2016

O Tempo que passa

O tempo tem passado e eu crescido com ele, não ao ritmo dos outros, mas ao meu...
Todos os  que de alguma forma têm feito parte da minha vida são como flores num prado colorido. Uns bem-me-querem, outros mal-me-querem, outros pouco e outros nada. 
Todos contribuíram para o meu crescimento assim com eu contribuí para o de outros. Fazemos parte de uma paisagem complexa em que cada um dos elementos é um só e que no conjunto faz um todo. 
Todos diferentes, todos iguais e sempre em metamorfose...  É num Prado verdejante que me sinto a voar feliz contra o vento... e a cada  dia num voo mais longo, mais perfeito...

Sílvia Q. Sanches 23 Julho 2013

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Anti...

Em dia em que o país pára em frente aos televisores de fundo verde, numa embriaguês cega e desmedida de patriotismo futebolístico, perco-me por um deserto imenso, despovoado. Antipatriota, anti nacionalista ou qualquer outro adjectivo que defina, anti carneirismo, anti social, individualista, apátrida...aqui estou eu!
Apátrida pode ser um pouco forte, mas define bem o desligar das tradições, normas sociais e politicas. O fugir de convenções e dogmas, seguindo uma vontade própria. 
Partir sem pátria, família, ou qualquer outro tipo de ancora e ser o que quero, o que penso, o que entendo por existir.
Ovelha negra?
Talvez!
Recuso gritar golo quando todos se levantam extasiados com um qualquer remate numa baliza. Desconheço regras e tácticas de jogo e qualquer tipo de termo futebolístico... 
Não conheço nomes, e de equipas nem quero saber.
Demonstrações de força, poder, para mim, não passam de rituais primatas que apenas se foram moldando à "evolução", mas a essência continua. 
Falaria agora de tanta coisa em torno destas "batalhas campais", capaz até de tropeçar nas minhas próprias ideias e contrapor-me... A verdade é sou do contra. Anti futebol. e hoje estou sozinha nesta minha luta... 


Sílvia Q. Sanches - junho 2016

terça-feira, 28 de junho de 2016

Bagagem


É nos caminhos da vida que vamos apurando o auto conhecimento, levando de cada etapa a bagagem suficiente para enfrentar a próxima corrida... Nem muito pesada nem leve demais.

Sílvia. Q. Sanches 2013

Ei-la

Ei-la perdida na imensidão dos sonhos,
esquecida de si... da vida...
Ei-la segura de inseguranças,
saudosa de um futuro, esperançosa do um passado
Ei-la enclausurada em normas,
amarrada a suposições.
Ei-la implodindo o ego,
explodindo de passividade...

Sílvia Sanches
Julho 2014