quinta-feira, 9 de março de 2017

Tendências



A sociedade rege-se por tendências. 
Somos seres sociais e são poucos os que conseguem manter-se com ideias próprias o tempo todo. 
Penso até que ninguém...
Vem sempre a hora em que seguimos uma ou outra tendência, ditada por alguém influente, ou nascida de um conjunto de situações que se transformam em tendências num determinado grupo.
Veja-se uma das comparações mais pertinentes que ouvi nos últimos tempos: 
"A homossexualidade é uma moda tal e qual como o sushi. Agora toda a gente quer experimentar e uns adoram outros odeiam."
Esta analogia fez imenso sentido para mim. Este discurso pode ser considerado tendencioso, discriminatório, mas é a minha ideia. 
Conheço alguns homossexuais que respeito e de quem sou amiga, mas também vejo cada vez mais uma tendência exacerbada de se ser Gay só porque se é moderno assumir algo que nem se sabe muito bem se é mesmo aquilo que se quer para a vida.
Vejo jovens casais de lésbicas, miúdas da escola do meu filho que não se assumem como tal mas como bissexuais. O.k. , têm todo direito de experimentar , mas não sabem o que querem para assumir lá o que quer que seja. 
Da mesma forma como o sushi é considerado obrigatório num jantar entre amigos, nem que seja uma vez na vida, porque é moda, é bem e mesmo quem não gosta não quer ficar atrás dos amigos e acaba "obrigado a gostar, a "homossexualidade assumida" quase que nos impõe a obrigação de quase o ser ao ponto de um dia quem for heterossexual  é que passa a ser descriminado porque isso já não se usa.
Perdoem-me os meus e minhas amigas homossexuais, perdoem-me os que gostam de sushi tal como eu, mas a verdade é que por muito que rejeitemos ser comandados por muito que apelemos a ideias próprias, acabamos por não passar de uns meros carneiros a seguir o rebanho.

Sílvia Q. Sanches - Março 2017


(imagem retirada aleatoriamente da Internet)


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Responsabilidades

A vida é feita de apegos e desapegos e há que fazer escolhas.
O que foi ontem não é hoje e o que é hoje poderá não ser amanhã. Estamos em permanente mudança e isso faz parte da evolução de cada um de nós.
Somos o que somos e sem mudar a nossa essência podemos mudar de gostos, vontades… faz parte do crescimento individual.
Fazemos parte de um todo, uma sociedade com regras, dogmas, imposições várias. Mas nada nem ninguém poderá impedir outro alguém de tentar encontrar o seu próprio caminho.
Ainda que aos olhos dos outros o caminho não seja o melhor, cabe ao próprio decidir isso.
Cada um é dono de si e a responsabilidade das suas escolhas cabe-lhe a si mesmo. Ninguém se deve sentir responsável por ninguém.
A partir do momento em que os pássaros aprendem a voar e a procurar a sua própria comida, são postos fora do ninho e levados a construir o seu próprio abrigo, cada um por si.
Proteger as “crias” em exagero, dado-lhes de comer ao invés de as ensinar a pescar é, na minha opinião, dos piores erros que a sociedade atual comete. Cuidado e preocupação sim, carregar filhos crescidos capazes de fazer meninos, não. 
Somos responsáveis pelos filhos enquanto menores, ainda assim esses, também têm a sua personalidade, e se não a têm, estará na hora de estimular isso. 
O mesmo digo com a preocupação pelos mais próximos. Por vezes há a tendência em decidir pelos outros coisas que só eles podem decidir. Minguem é responsável por ninguém, repito, cada um que decida por si e para si. Nada de esperar nada de ninguém. Vamos lá ser responsáveis!



Sílvia Q. Sanches 07 Fevereiro 2017

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Liberdade – o que significa…


Li algures que os ingleses usam um termo para medir a Liberdade de cada um.

 “Fuckability”

ou seja:

Quem se sentir com a liberdade suficiente para mandar muitas pessoas “para a outra banda” de uma forma inteligente… é porque se é livre. ( falavam de patrões; vizinhos, família; etc…) 
Portanto, quanto mais" fuckability" mais livres se é… e os Portugueses tem uma "fuckability" quase nula, será?!

O que pensar disto? 

Seremos livres?

domingo, 30 de outubro de 2016

Olha a bola Manel...

Das minhas memórias de infância, vem-me à ideia a Vila Marecos.
Casas contiguas lembrando um western, uma época diferente, parado no tempo.
Um autentico cenário de um filme de cawboys  como os que se assistam todas as tardes de domingo, na casa de jantar da tia avó Maria. 
Os miúdos daquele gueto, reuniam-se em volta da velha mesa com braseiro e cadeiras de madeira que rangiam a cada movimento sobre elas. A televisão a preto e branco com um filtro de cor verde, um autentico altar, pendurado num canto da sala de paredes caiadas e portas grosseiras pintadas de verde água, onde não faltava um  quadro do menino da lágrima e outro de um  velho que por muito tempo julguei ser o retrato do tio Vitor, o marido da tia Maria, conhecido pelo "Vitor Malandro". 
Qual sala de cinema, qual "salon" do velho oeste, era o momento solene, a hora de culto, para aqueles rapazes com ar de quem tinha saído da série "Uma casa na Pradaria",  qual Tom Sawyer, saído das margens do Mississipi. Olhos vivos, sorrisos rasgados, rostos sujos do suor e poeira. Alguns diferentes, ruivos e com sardas, ao jeito da "Pipi das Meias Altas",todos com ar maroto, deliciavam-se com os copos cheios de gasosa e pão-de-ló feito na forma de fogão, receita da tia prima Fernanda, a solteirona, tão ruiva quanto eles. 
O jogo de futebol antes do filme já tinha queimado a galinha caseira com arroz de cabidela que tinham almoçado. 
Corriam atrás da bola, tropeções, rasteiras, pontapés, e quando algum pontapeava a bola que saltava para a estrada lá ia o mais velho  a correr busca-la. Manel, o mais velho dos netos da tia Maria,  rapaz feito, quase homem, já trabalhava, mas menino na hora da confraternização da rapaziada. 
"Olha a bola Manel" som de fundo que me soava ao ouvido. Eu a única menina no meio daquela "pandilha", a prima afastada que estava de visita, era vista coma a boneca de porcelana, impedida de jogar por ser menina. 
Entretinha-me no equilíbrio sobre o muro que separava "o estádio" da estrada cantando baixinho a musica de fundo daquela cena, aplaudia a cada grito de "GOLO!!!" que os rapazes entusiasticamente festejavam.
Se fosse hoje,  cantaria Carlos do Carmo,  pois pareciam mais um bando de pardais à solta. 
As visitas a Santarém, eram emocionantes autenticas viagens no tempo. 
Mas talvez seja  daí que vem a minha antipatia pelo futebol!...





Sílvia Q. Sanches - Outubro 2016

  



quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Do querer ao poder...




Quero tudo e nada.
Não vivo o que pedi... Vivo o que tem sido possível... O que pediram por mim.
Quero viver ,  quero ser,  quero ter...  Mas quero apenas o que pedi,  não o que me querem dar. 
Ingrata?  Talvez!...
Só quero ser eu.
Posso?...



                                                                                                                                                                       Sílvia Q. Sanches 2016 

terça-feira, 26 de julho de 2016

Descendo o rio...

  



  A vida é como uma descida de rio desde a sua nascente.

Eu já atravessei pelos os rápidos cheios de pedras e perigos, ainda estou numa zona onde a força da água me arrasta, mas sei que em breve a corrente acalma eu poderei apreciar tudo o que me rodeia remando ao meu ritmo com toda a suavidade.
Ainda me aguarda uma corrente forte, talvez uns pequenos rápidos ou mesmo uma pequena cascata, mas estou confiante que conseguirei equilibrar a minha pequena canoa, descer este meu rio até à foz e entrar no mar. 

Sílvia Q. Sanches - Julho 2016