Hoje, dia de comemoração especifica das mulheres, 8 de março, em que afinal deveria ser de pesar pelas que morreram a defender os direitos que ainda não tinham, as redes sociais enchem-se de frases e textos mais ou menos profundos a favor da classe feminina.
Gosto de ser mulher, sim, mas neste dia especifico, tenho por norma, colocar-me à margem.
Não me identifico com as histerias e carneirismos habituais. Não me satisfaço com flores ou bombons... muito menos com palavras vãs e frases feitas.
Não preciso que me lembrem que sou mulher e que a vida é mais desafiadora para qualquer uma de nós.
Prefiro lembrar, comemorar, neste dia, quando saí da maternidade com um filho nos braços, com uma responsabilidade maior que o mundo e um amor capaz de ultrapassar o universo.
Neste dia, dormi pela primeira vez em casa com a certeza de que nunca mais seria a mesma coisa e que nunca mais seria só eu.
Agora, passados alguns anos e umas quantas mudanças, o peso da responsabilidade aliviou, mas o amor sem espaço num só universo, vejo a vida a mudar de outra forma com outros desafios a aguardar o momento.
O corpo a mudar, a mente em constante busca, o tempo que escasseia, a vontade de ser "feliz" já o sendo, e a ideia de que ainda não se está no ponto…
Ainda jovem para sonhar e tentar novos projetos, com a ideia de que já estou demasiado velha para mudar e sair da zona de conforto.
A corda bamba da vida com ideais preconcebidos de realização pessoal, sendo na verdade uma coisa simples, o viver, em paz, conviver, ter paz, crescer, manter a paz, amadurecer, com paz …
Um dia lá chegarei!...