quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ser feliz

Para sentir genuinamente a felicidade não preciso de grande coisa. Preciso apenas saber disfrutar dos pequenos momentos. Uma boa conversa, um aconchego,  uma musica agradável...e no dia a dia viver sem percalços,  com estabilidade, segura, com o que realmente importa.
Não é um armario cheio roupa que traz felicidade. Muito menos carros, casas, sapatos à dúzia.  Não é comprar a maquina x pto só porque sim, se se ja tem uma que serve para o mesmo. Trocar de mala para combinar com os sapatos, com os brincos ou com as cuecas. Encher gavetas de tretas que nunca terão serventia,  gastar apenas porque sim... casa cheia, mente vazia.
A felicidade está na simplicidade, na criatividade. Quando com a velha panela se faz a receita que todos fazem no mais moderno robot de cozinha. Transformar o velho casaco da avó num acessório de destaque. Pegar num lápis e expressar o que vai na alma. Ou simplesmente beber um copo de vinho, ouvir aquela musica, dancar... cantar... coisas simples, mostrar para quê?

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Humanização em quatro patas

Desde que saiu a nova lei sobre os direitos dos animais dotados de sensibilidade, no seio das famílias e mais recentemente sobre a exposição dos mesmos nas montras de lojas de animais e a sua venda na Internet, que me tenho debatido com ideias algo contraditórias em mim mesma.
Eu gosto de animais. Até à adolescência tive sempre cães. Tratava deles, mantinha-lhes a dignidade e higiene canina mas, cada um no seu lugar. Animais no quintal, pessoas em casa. 
Tinham ordem de entrar em casa, mas na hora de recolher, cada um para os seus lugares, eles para as suas casotas, nós para os nossos quartos. Não vejo nada de errado nisso. 
Agora assiste-se a exageros como os animais terem quase mais direitos que os humanos. 
No entanto, com tanta mudança tanto para o bem dos bichos como para negocio de outros, não vejo alterações no que é mais importante. Continua-se a levar os "filhos adoptivos" à rua para fazerem as suas necessidades. Ou seja, com tanto modernismo e cuidados não se inventou ainda forma de os nossos amigos peludos aprenderem a "cagar" em casa?
É que eu já imagino um casal com um "filho humano" a passeá-lo pela trela e a deixar a sua "poia" num qualquer terreno relvado ou numa praça com repuxos, e aparecer  um pai  a reclamar que estão a sujar o espaço onde o seu  "filho canino" brinca. 
Caricato, não?


domingo, 26 de abril de 2020

Propósito

Pois é, a vida é realmente uma valente treta. 
Vive-se para trabalhar, trabalhar, trabalhar. 
De vez em quando, de fugida, satisfaz-se as necessidades básicas e volta-se a trabalhar porque só se vive para isso. 
E para nos enganar a nós próprios, chamamos  isto de amor. Treta!

Para quê nos enganar-mos desta forma quando na verdade cada um vive para as suas prioridades.        Cada um por si.
Nada disto faz sentido. Vive-se de ilusões. Reza-se a um Deus imaginário e ama-se a ilusão de alguém. 
Na verdade somos apenas animais como os outros cuja existência na terra é apenas e só, nascer, procriar e morrer.

sábado, 25 de abril de 2020

Efeitos colaterais

Com a idade tormamo-nos seletivos.
Tudo comeca quando comecamos a fazer vista grossa a velhos conhecidos em locais onde não  apetece ter aquela conversa trivial dos meninos, trabalho, ferias, etc...
E percebemos que ainda está mais refinado quando nos damos conta que os outros fazem exatamente o mesmo. 
Será  que já os ignorámos assim tanta vez ao ponto de desistirem de nos abordar?  Ou atravessam exatamente o mesmo estado?   A verdade é esta, com a experiencia dos anos vividos tornamo-nos selectivos, e passamos a escolher o que realmente interessa. Podemos parecer solitários mas, na verdade, não é por acaso que se diz que mais vale só...
Sente-se mais o som do silencio e, por vezes, a falta do abraço. Efeitos colaterais das escolhas que se fazem. 

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Flores

Hoje lembrei-me do cheiro das flores. Não das de florista, natureza morta. As flores do campo, genuinamente vivas.
Uma paisagem salpicada de cores é, sem dúvida, dos melhores presentes que a natureza nos oferece. 
Nunca gostei de ramos de florista, todos engalanados, cheios de brilho, vestidos dos mais variados envolcros com laços de formas criativas e sofisticadas. Não  gosto! Cheira a aparência, ostentação, presunção. Ja estão mortas e não sabem, as flores...
As flores silvestres são as mais genuínas,  com vida, nos campos onde nascem espontaneamente, cada uma com o seu vestido e perfume. Lindas no seu bailado ao sabor do vento. Não viveriam num balde de florisa com aquela aparencia glamorosa das flores de estufa, cridas apenas para esse efeito, mas vivem felizes nos campos sem artificios e laços. Alimentam abelhas, abrigam joaninhas, perfumam a natureza e alegram o nosso olhar. 
As flores de estufa,  não têm vontade própria. Não nascem espontaneamente em qualquer lugar e dependem dos maiores cuidados para para serem belas e cheirosas. A sua vida é efémera, fragil. Nunca sobreviveriam num campo. No entanto um bouquet de flores silvestres pode ser um encanto. 
Assim é a vida...