Mostrar mensagens com a etiqueta As minhas fotos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta As minhas fotos. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 28 de março de 2017

Saudades de ser criança


Saudade de andar descalça e sentir cada pedrinha ou a areia da praia, umas vezes quente do sol, outras fria já ao anoitecer... tão bom! 
Sinto ainda o cheiro da areia e da maresia nas noites de nevoeiro. 
Saltava, descalça, de medão em medão como que a fugir da humidade fria da noite. 
Vigiada pela lua e pela luz do farol da Berlenga, apanhava conchinhas e atirava-as ao ar enquanto os adultos se entretinham em conversa e petiscada. 
Noites animadas, aquelas! 
Mais ainda quando as melgas, quase sempre, atraídas pela luzes das gambiarras, faziam também elas o seu petisco e eu nunca me escapava. Coçava as borbulhas até sangrar e cobria com areia para estancar, melhor cura não havia! Ficou-me entranhado na pele...
Que bem me sabia ir molhar os pés na escada escorregadia do cais. Agua fria, corrente forte, cheiro a iodo, ainda o sinto.
O sono chegava e a "birrinha" encaminhava-me à saia da avó ou ás pernas do avô. - "Anda cá menina!..." - uma mão afagava-me o cabelo áspero da areia e do sal,  e o casaco de malha da avó enrolava-se em mim até aos pés. 
Ainda de pele salgada do banho da tarde, um arrepio misto de frio e de prazer, agarrava a "Xana" por um braço, uma perna ou pelo pescoço e abraçava-a até adormecer umas vezes ao "colinho" da avó outras já na cama de lençóis de flanela pulvilhada de areia que eu levava agarrada à pele, qual croquete, qual fartura. Espoliação melhor melhor não tinha. 

Banhos intermináveis aqueles, até ficar bem salgada, engelhada e gelada com tantos pinotes, mergulhos e braçadas. Já ao sol de queixo a tremer, o doce da fartura quentinha e o leite achocolatado "Ucal" misturavam-se como salgado da boca, divino!...

Tardes perdidas a construir barraquinhas com panos e paus surripiados das barracas de praia, a fazer castelos na areia cada um maior e melhor decorado que o outro, a jogar à carica em longas pistas vincadas no areal, a lançar o papagaio ou pura e simplesmente a correr e a cantarolar de toalha enrolada na cabeça - "Na praia da Nazaré ninguém pode andar em pé..." 

Momentos mágicos, intemporais que jamais esqueço. Nenhuma criança esquece a sua infância e eu e os outros que como eu viveram ali aqueles momentos aprendemos o que é a liberdade. 

Quando for grande, quero voltar a ser criança!

Sílvia Queirós Sanches 
Texto 27 Março 2017
Pintura a pastel seco sobre papel aguarela - 2001 

terça-feira, 28 de junho de 2016

Ei-la

Ei-la perdida na imensidão dos sonhos,
esquecida de si... da vida...
Ei-la segura de inseguranças,
saudosa de um futuro, esperançosa do um passado
Ei-la enclausurada em normas,
amarrada a suposições.
Ei-la implodindo o ego,
explodindo de passividade...

Sílvia Sanches
Julho 2014


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Renascer...

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.
Allan Kardec



Nada como umas férias longe do dia a dia para fazer renascer o ser adormecido dentro de cada um da nós.
Sinto força.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Saber viver...

"Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida..."
Bob Marley

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mar



Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes
e calma


SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, in OBRA POÉTICA (Ed. Caminho, 2010)

domingo, 12 de janeiro de 2014

Balanço...

Durante uma relaxante caminhada a beira mar, tendo como companhia o vento e alguns pingos de chuva, travei uma longa conversa comigo mesma.
Depois do temporal a destruição é visível, mas a beleza natural da paisagem mantém-se.
De facto nem tudo na vida é perfeito, mas a natureza encarrega-se de nos compensar de tudo o acontece, tanto para o bem como para o mal. Se tudo fosse bom e perfeito, a balança desequilibrar-se-ia.
Aprendi em contabilidade que tudo tem de ser balanceado. E isso aplica-se a tudo, porque afinal a matemática está presente até na teoria da criação do universo.
Nada poderá ser perfeito sem o seu lado negativo e vice versa.

No final, a prova dos nove tem de dar resto zero. 

A Praça da Fruta

Ultimo mercado de sábado, na Praça da Fruta, tal com eu a conheço desde que me dou por gente.
Caldas da Rainha nunca mais será a mesma.
A sala de visitas da cidade será requalificada mas nunca mais será igual.
Aqui fica a memória...

domingo, 25 de agosto de 2013

Ambiciosa


Para aqueles fantasmas que passaram, Vagabundos a quem jurei amar, Nunca os meus braços lânguidos traçaram O voo dum gesto para os alcançar... Se as minhas mãos em garra se cravaram Sobre um amor em sangue a palpitar... - Quantas panteras bárbaras mataram Só pelo raro gosto de matar! Minha alma é como a pedra funerária Erguida na montanha solitária Interrogando a vibração dos céus! O amor dum homem? - Terra tão pisada, Gota de chuva ao vento baloiçada... Um homem? - Quando eu sonho o amor de um Deus!...

Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930) 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Coisas da Vida

"A sabedoria não se encontra no topo de nenhuma montanha nem no último ano de um curso superior.
É num pequeno monte de areia do recreio do jardim-de-infância que se pode aprender tudo o que é necessário na vida:
Partilhar                                                                                                       
Respeitar as regras do jogo
Não bater em ninguém
Guardar as coisas nos sítios onde estavam
Manter tudo sempre limpo
Não mexer nas coisas dos outros
Pedir desculpa quando se magoa alguém
Viver uma vida equilibrada: estudar, pensar, desenhar, pintar, cantar, dançar, brincar, trabalhar, fazer de tudo um pouco, todos os dias."
 Robert Fulghum



                                                                                                   

sábado, 29 de junho de 2013

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mulheres da praia...

Vestindo de negro esperavam seus homens que haviam partido para a faina
Hoje agurdam os homens que se divertem surfando nas ondas...
Imagens e Poemas: 308 - E de negro se vestiram#links

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A ternura




"Há na ternura uma constância impossível na paixão mas obrigatória no amor. É um carinho rumorejante, oficialmente pouco ambicioso, mas capaz de resistir às mirabolantes tropelias do coração. Porque nem o ressentimento mais azedo pode garantir a sua morte. Ele sobrevive, com doce arrogância, em meia dúzia de neurónios, fieis depositários de recordações politicamente incorrectas. Também nasce de amizades surpreendidas e indiferenças «definitivas». Tudo isto sem alarde. Mas deixando marcas; pistas; tiros de partida; promessas de chegada..."



Júlio Machado Vaz

 "O Amor é..."

sábado, 16 de abril de 2011

Pontoise

Pontoise - Ille de France - Por onde passaram grandes pintores impressionistas: Camile Pissaro, Monet, Manet, Seurrat... Uma zona muito agradavel.