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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Teorias

A vida é uma duvida constante.
Acreditamos ou guia-mo-nos por teorias de outros cujas duvidas os levaram a pensar.
Nada é certo.
São apenas teorias. 
Desde a formação do Universo cujas teorias são tantas à evolução das Espécies...
Faz parte do ser humano, o querer saber, descobrir... E é verdade que temos descoberto tanto através da partilha de informação e troca de ideias.
Formaram-se correntes, linhas de pensamento e cada um segue aquela com que se identifica.  
Reais ao não, são as bases onde nos vamos sustentando e formando cada ser, cada um diferente de qualquer outro. Somos unos. Matrizes cujos moldes nunca serão utilizados. 
Ainda que sejamos clonados, nem mesmo esses clones pensarão da mesma forma que nós. Cada ser é um só, com as suas próprias duvidas, as suas certezas,as suas teorias! 


Sílvia.Q.Sanches - Abril 2016

sexta-feira, 10 de junho de 2016

As Laranjas da "Ti Estrudes"


Algumas das memórias mais vincadas da minha infância, estão ligadas a uma tia carismática que vivia em Santarém. Gertrudes de seu nome, mais conhecida por "Ti Estrudes".
Vivi a infância convencida de que "Tiestrudes" era um nome próprio, de tal forma que sempre me dirigia ou referia a ela, dizia: - A tia "Tiestrudes", a tia das laranjas!!!!
Casa de campo modesta, construída pelo marido, avarento, que de simpatia e bondade nada devia ao divino, paredes finas e chão de cimento colorido, uma casa de banho sem banheira, outrora exterior, ligada à casa por uma sala de estar acrescentada ao longo dos anos, onde a família  se juntava. Todos se atropelavam para se sentar no velho banco de camião, o único e "sofisticadissimo" sofá de couro que existia na casa, bem ao lado da chaminé de chão onde existia um fogão de lenha em esmalte branco.
No fogão que aquecia a casa, fervia uma panela de ferro onde a "Tiestrudes" ia acrescentando os ingredientes secretos de uma sopa mágica da qual ainda guardo o sabor mas não mais saboreei.
A pandega tia, baixa e redondinha com a sua longa trança preta em carrapito, artisticamente enfeitado com ganchos de tartaruga, recebia como ninguém entre anedotas, graçolas, credos, "traques" disfarçados com o arrojar de bancos e histórias de família. Qual a fada madrinha da Cinderela, cheia de truques e magia, qual bruxinha do bem, cuja casa de cantos e recantos escondia tantos mistérios.
O relógio de cuco tocava todas a horas, compassadas pelo tique-taque constante, marcando o tempo interminável que se vivia naquele autentico local de culto.
Obrigatória era a visita ao quarto dos santinhos onde existia uma grande cómoda cujo altar com a Nossa Sra era rodeado de um grande presépio de santos de todas as "qualidades" e fotografias de todos os sobrinhos, irmãos, amigos e conhecidos.
A "Tiestrudes" era conhecida pelos seu dotes curandeiros e rezava todos os dias os seus santinhos pelo bem de todos que lhe pediam ajuda. O cheiro azeite que emanava das lamparinas e das tijelas meias de água onde observava, através de gotas de azeite, se a vida de cada um corria bem ou não.
O momento alto passava pela ligação da santinha à tomada exterior da velha instalação eléctrica, acendendo as luzes coloridas e o som agudo da musica dos pastorinhos.
A hora de dormir era um acontecimento. Um abrir e fechar de gavetas e baús de onde surgiam lençois de linho e cobertores de "papa" que picavam. As camas, mais estreitas do que eu estava habituada a ver em minha casa, eram feitas com todo esmero num ritual do bem receber tão típico da amorosa tia.
Dormir num quarto de anexo era sempre uma aventura. Especialmente pela madrugada, quando se acordava aos primeiros raios de sol com o galo e os melros como despertador.
O cheiro das laranjeiras que cobriam o alpendre, entrava pela janela de vidros martelados encaixados numa quadricula de ferro pintada de verde.
 As laranjas da "Tiestrudes" eram especiais. Apanhava-se um cesto delas, grandes, sujas de um pó preto que nos mascarrava.
Eram escolhidas uma a uma de preferência com filhos porque a "menina" gostava!
À refeição a minha mãe num toque de magia cortava da casca da laranja uns óculos que eu ostentava divertidamente.
Há memórias que ficam, pelos os sentidos que estimulam.
O cheiro inesquecível das laranjas, o calor do fogão de lenha, no sofá feito de banco de camião,
olhando o mundo através dos óculos cortados da casca da laranja, ao som do crepitar do lume... são das memórias que não mais esqueço.
Onde quer que esteja, provavelmente ao lado dos seus santinhos,  sei que a saudosa "Tiesturdes" continua, com a sua mão no peito e a sua gargalhada tão envolvente.
"Avé laranjas da Tiestrudes"!



Sílvia. Q. Sanches 29 Maio 2016 



sábado, 30 de janeiro de 2016

Bola de sabão



Um dia, faço uma bola de sabão gigante e voo com ela até ao mundo das mentes lavadinhas e cheirosinhas!

Silvia Q Sanches - Jan 2016

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Saber viver...

"Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida..."
Bob Marley

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mais uns pozinhos...

Falta tão pouco!
Prestes a terminar uma das minhas grandes empreitadas da vida e sinto-me a sucumbir...
Sinto que estou prestes a morrer na praia.
Procuro forças onde já não as tenho.
Só preciso de mais uns pozinhos de perlimpimpim e terminar esta maratona com a sensação de vitória.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Escola da Vida


Com os meus erros e os dos outros tenho aprendido a não repeti-los, e quando os repito é porque a lição não foi bem estudada. 
Tudo que sou hoje deve-se com certeza a tudo que tenho vivenciado. 
Erros foram mais que muitos, mas...Quem nunca errou atire a primeira pedra.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

E o resto são numeros

A matemática está presente em tudo mas as relações pessoais não são matemáticas...



segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Desilusão

Quem cria grandes expectativas em relação aos outros desilude-se com muita facilidade. O ideal é viver sem esperar nada de ninguém e ser surpreendido com pequenos gestos.



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Hibernar

Tenho sono.
Muito sono...
Preciso hibernar.
Preciso dormir até que o inverno passe!  
É verão, eu sei.
Mas eu preciso hibernar.
Dormir a sono solto sem sonhos, pesadelos, barulhos ou outras interrupções.
Dormir sem dar pelo tempo passar.
Acordar nem que seja daqui a cem anos. 
Jovem e fresca como a bela adormecida.
E se comer uma maçã, ou picar um dedo num fuso?… quero dormir! 
Quero esquecer o cinzento e acordar no azul!
Não é possível, eu sei...
Como seria maravilhoso carregar num interruptor e apagar o que não interessa!
Apagar a luz e dormir...
Suprimir o que incomoda!
Dormir até que tudo passe! 
Hibernar, pronto!

Eu preciso de hibernar.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Do que me divorciaria?...

Divorciarme-ia da passividade...
Divorciarme-ia da mesquinhez...
Divorciarme-ia da monotonia...
Divorciarme-ia da carteira vazia...
Divorciarme-ia da cusquice...
Divorciarme-ia da medocridade...
Divorciarme-ia da falsidade...
da estupidez alheia...


Divorciarme-ia do trabalho forçado... apenas por que tem de ser...
Enfim... cortava relações com o que não me interessa!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Estrada da Vida

Pela estrada da vida,
cá se vai rolando
mudando de direcção
conforme se vai precisando.


terça-feira, 24 de julho de 2012

Saudade


Palavra tão portuguesa, tão cheia de sentimento.

Só o português sabe sentir desta forma tão sofrida.

Saudade das cores, dos sons, dos cheiros e sabores, da brisa e da chuva no rosto,

Saudade da lua, do frio, do vento, das folhas no chão...

Saudade dos sonhos, da vida...

Saudade de ter saudade

Saudade de ser saudada...





sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O que vemos nos outros?...

"O encanto que supomos encontrar nos outros só em nós existe; e é apenas o amor que tanto embeleza o objecto amado"
Pierre Laclos in "Ligações Perigosas"



Ao longo da vida tenho julgado todos por mim. Não consigo imaginar pessoas maldosas, mesquinhas capazes de fazer mal aos outros gratuitamente. Mas cada vez mais me apercebo de que tenho andado muito distraída e que a realidade é muito dura.
Não se pode olhar só o lado bom dos outros, temos de conhecer também o ângulo obscuro para, sem lhe dar muita importância, porque continuo a apreciar o que é belo, não sermos apanhados desprevenidos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O silencio das palavras...

“Durante a leitura, a amizade é reconduzida à sua pureza primordial…


O Ambiente dessa amizade pura é o silêncio, mais do que a palavra.”

Marcel Proust, O Elogio da Leitura



Ao ler um texto, uma carta ou mesmo um livro não só se lê o texto com se capta nas entrelinhas a essência da mensagem. Ou há empatia entre a narrativa e o leitor ou não haverá leitura possível e sem a leitura não haverá amizade. Essa amizade pura que no silêncio da leitura encontra em cada palavra, em cada frase conforto, afecto, sintonia…

Fantasiada ou real, uma amizade com base na escrita-leitura é intemporal, haverá sempre um leitor, um amigo, alguém que simpatiza com a história sem interesse, sem necessidade de agradar. Ou se lê e se gosta nascendo daí a tal empatia ou não interessa e não se dá importância.

Ao contrário uma amizade baseada em palavras ditas, uma amizade em tempo real desvanece ao primeiro silêncio, a primeira palavra menos bem escolhida ou rebuscada que como se diz por aí: “Palavras, leva-as o vento!”

É uma amizade diferente, com outro tipo de cuidados, cheia de dedos, não querendo magoar quem interage na relação, ao contrário da intemporal que se lê e se estuda cada palavra que se modela a interpretação de cada leitor.

É no silêncio que se encontra a pureza e o verdadeiro sentido das palavras.