Com os pés na areia surgem duvidas, reflexões, ideias... como grãos de areia. Sobre a areia viajo para onde a imaginação me leva. De pés na areia mantenho-me de pé... Caminho à beira deste mar, medito, escrevo e partilho ideias. Assim me vou descobrindo.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
Inquietação
INQUIETAÇÃO
Sou como um barco de papel
A correr a aventura
De uma enxurrada
Ou como a vítima
De um tropel de gigantes
A sacudir a terra
Em que adormeço
A emoção
E o arrepio
Que sinto desde o começo
Ficam-me
À periferia do medo
*
EDGARDO XAVIER, in AMOR DESPENTEADO (Casa das Cenas, 2007)
Fotografia: sailing in a paper boat, por © Noelle Buske
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domingo, 25 de agosto de 2013
Ambiciosa
Para aqueles fantasmas que passaram, Vagabundos a quem jurei amar, Nunca os meus braços lânguidos traçaram O voo dum gesto para os alcançar... Se as minhas mãos em garra se cravaram Sobre um amor em sangue a palpitar... - Quantas panteras bárbaras mataram Só pelo raro gosto de matar! Minha alma é como a pedra funerária Erguida na montanha solitária Interrogando a vibração dos céus! O amor dum homem? - Terra tão pisada, Gota de chuva ao vento baloiçada... Um homem? - Quando eu sonho o amor de um Deus!...
Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)
sábado, 24 de agosto de 2013
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Às vezes...
Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar. Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer.
E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordeiramente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.
Às vezes...às vezes, esquecemo-nos de viver.
Movimento Novos Rurais
Pessoas mais livres, plenas e felizes! https://www.facebook.com/
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
sábado, 27 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Família Feliz
Este título recorda-me um menu de restaurante chinês.
Menu esse que consiste numa pequena variedade de
especialidades, sempre acompanhadas do arroz XAU XAU, e que se destina a
preencher a mesa de uma família chinesa em dia de festa. Essa ementa,
equilibrada como é, sacia um pequeno grupo sem chegar a enjoar. Ao contrário
das refeições portuguesas, a comida chinesa contem todos os nutrientes necessários para uma alimentação
agradavelmente equilibrada, nunca chegando a enjoar nem a fazer mal quando ingerida
nas doses sugeridas nos menus chineses. "Família feliz para 6 pessoas. –
Família feliz para 8 pessoas…"
Há também que ache pouco a encomende um menu de 8 pessoas
apenas para dois ou três comensais e é isso que faz mal como em tudo na vida.
Tudo aquilo que passe das medidas torna-se prejudicial.
Família feliz tem de ser realmente equilibrada. Nem com
intensidade a mais nem a menos, o bastante para se manterem todos unidos sem se
anularem uns aos outros. Manter um equilíbrio entre os elementos sem excessos.
Equilíbrio é o essencial.
Por isso se diz que os opostos se atraem.
Na cultura chinesa dá-se valor as coisas simples
comparando-as muito sabiamente com a vida.
Família feliz é, nada mais nada menos, que o equilíbrio
harmonioso entre vários elementos.
Sem dúvida que isso sim, é um dos conceitos de
felicidade.
Coisas da Vida
"A sabedoria não se encontra no topo de nenhuma
montanha nem no último ano de um curso superior.
É num pequeno monte de areia
do recreio do jardim-de-infância que se pode aprender tudo o que é necessário
na vida:
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Respeitar as regras do jogo
Não bater em ninguém
Guardar as coisas nos sítios onde estavam
Manter tudo sempre limpo
Não mexer nas coisas dos outros
Pedir desculpa quando se magoa alguém
Viver uma vida equilibrada: estudar, pensar,
desenhar, pintar, cantar, dançar, brincar, trabalhar, fazer de tudo um pouco,
todos os dias."
Robert Fulghum
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Hibernar
Tenho sono.
Muito sono...
Preciso hibernar.
Preciso dormir até que o inverno passe!
É verão, eu sei.
Mas eu preciso hibernar.
Dormir a sono solto sem sonhos, pesadelos,
barulhos ou outras interrupções.
Dormir sem dar pelo tempo passar.
Acordar nem que seja daqui a cem anos.
Jovem
e fresca como a bela adormecida.
E se comer uma maçã, ou picar um dedo num fuso?… quero dormir!
Quero esquecer o cinzento e acordar no azul!
Não é possível, eu sei...
Como seria maravilhoso carregar num
interruptor e apagar o que não interessa!
Apagar a luz e dormir...
Suprimir o que incomoda!
Dormir até que tudo passe!
Hibernar, pronto!
Eu preciso de hibernar.
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