Com os pés na areia surgem duvidas, reflexões, ideias... como grãos de areia. Sobre a areia viajo para onde a imaginação me leva. De pés na areia mantenho-me de pé... Caminho à beira deste mar, medito, escrevo e partilho ideias. Assim me vou descobrindo.
terça-feira, 7 de junho de 2016
Viagens
Gosto de viajar mas não tendo suporte financeiro para muitas daquelas grandes viagens, viajo no mais profundo do meu ser, enquanto contemplo o mar ou leio um livro.
Na verdade, ler um livro é de certo das viagens mais belas e pacificas que se podem fazer. Sem as complicações dos transportes, bagagens, documentos... Para mim, são daquelas viagens que ficam para a vida.
Lendo, posso viajar no tempo e viver vidas que jamais ousaria viver. É bom viajar, ainda que espiritualmente, conhecer outras culturas, histórias magníficas de pessoas estupendas.
Sem fotografias, filmes ou lembranças de viagem mas com imagens, sentimentos e sensações que jamais ninguém as sentirá.
Guardadas no mais profundo do meu ser, na minha essência, na minha alma, levarei sempre comigo as pequenas recordações das minhas grandes viagens.
Um dia, quando morrer, quero ser cremada. Quero ser espalhada por todos os lugares que me encantam. Quero que me espalhem por aí. Perpetuar em muitos lugares é um sonho antigo.
Quero voar com o vento e conhecer o mundo!
Na verdade, ler um livro é de certo das viagens mais belas e pacificas que se podem fazer. Sem as complicações dos transportes, bagagens, documentos... Para mim, são daquelas viagens que ficam para a vida.
Lendo, posso viajar no tempo e viver vidas que jamais ousaria viver. É bom viajar, ainda que espiritualmente, conhecer outras culturas, histórias magníficas de pessoas estupendas.
Sem fotografias, filmes ou lembranças de viagem mas com imagens, sentimentos e sensações que jamais ninguém as sentirá.
Guardadas no mais profundo do meu ser, na minha essência, na minha alma, levarei sempre comigo as pequenas recordações das minhas grandes viagens.
Um dia, quando morrer, quero ser cremada. Quero ser espalhada por todos os lugares que me encantam. Quero que me espalhem por aí. Perpetuar em muitos lugares é um sonho antigo.
Quero voar com o vento e conhecer o mundo!
Sílvia Q. Sanches 2010
sábado, 4 de junho de 2016
Os Amigos
Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria —
por mais amarga.
Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia"
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria —
por mais amarga.
Eugénio de Andrade, in "Coração do Dia"
sexta-feira, 3 de junho de 2016
terça-feira, 31 de maio de 2016
Dia dos irmãos
Comemora-se hoje o dia dos irmãos.
Urra irmãos!...
E se os amigos são os irmãos que escolhemos, brindemos também a eles!
Para mim todos os dias são os dias de mães, pais, amigos, filhos... do sol, da lua, da terra...
Estamos por cá todos os dias e é enquanto cá estamos que temos de comemorar.
Comemorar acima de tudo a vida.
Afinal somos todos irmãos!
Sílvia. Q. Sanches 31 Maio 2016
domingo, 29 de maio de 2016
Pequena Elegia Chamada Domingo
"O domingo era uma coisa pequena.
Uma coisa tão pequena
que cabia inteirinha nos teus olhos.
Nas tuas mãos
estavam os montes e os rios
e as nuvens.
Mas as rosas,
as rosas estavam na tua boca.
Hoje os montes e os rios
e as nuvens
não vêm nas tuas mãos.
(Se ao menos elas viessem
sem montes e sem nuvens
e sem rios...)
O domingo está apenas nos meus olhos
e é grande.
Os montes estão distantes e ocultam
os rios e as nuvens
e as rosas. "
Eugénio de Andrade, in 'Poesia e Prosa [1940-1980]'
Uma coisa tão pequena
que cabia inteirinha nos teus olhos.
Nas tuas mãos
estavam os montes e os rios
e as nuvens.
Mas as rosas,
as rosas estavam na tua boca.
Hoje os montes e os rios
e as nuvens
não vêm nas tuas mãos.
(Se ao menos elas viessem
sem montes e sem nuvens
e sem rios...)
O domingo está apenas nos meus olhos
e é grande.
Os montes estão distantes e ocultam
os rios e as nuvens
e as rosas. "
Eugénio de Andrade, in 'Poesia e Prosa [1940-1980]'
Pintura de Ana Paula Lopes
sábado, 28 de maio de 2016
sexta-feira, 20 de maio de 2016
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Ambiciosa
Ambiciosa
Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)
Porto de Abrigo
Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar...
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar...
- Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!
Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!
O amor dum homem? - Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada...
Um homem? - Quando eu sonho o amor de um Deus!...
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Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)
Porto de Abrigo
sexta-feira, 13 de maio de 2016
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