quinta-feira, 18 de março de 2010

Ervas daninhas



A minha adolescência foi passada numa casa rodeada de um belo jardim. Era o meu pai que se ocupava dele mas cabia-me a mais a mim do que á minha irmã assegurar-me que as ervas daninhas não cresciam mais do que a relva.

Na altura não gostava mesmo nada de arrancar ervas. Por cada uma que arrancava via em volta mais duas ou três. Aquilo para mim era uma pura perca de tempo. Porque não cortá-las simplesmente junto com a relva?...

Hoje, passadas duas décadas e umas quantas lições de vida, percebi que as ervas daninhas são terríveis e não basta corta-las, isso até lhes dá força. Têm de ser arrancadas pela raiz e mesmo assim não se extinguem. São tão resistentes que de um pedacinho de raiz aparentemente seco voltam a florescer e cada vez com mais força. São pragas autênticas impossíveis de exterminar.

Mas são seres vivos como nós e se não existissem também não conheceríamos o lado ruim da vida.





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