De pés na areia
Caminhando sobre a areia flutua-se num plano mais alto.
Soltam-se amarras, descalçando sapatos. Cabelo ao vento. Um arrepio agradável.
É nesses momentos que se juntam num puzzle os episódios soltos da vida.
Reflecte-se no que é bom, no que não vale a pena e no que nunca se deveria ter feito mas que afinal ate serviu de lição. Pensa-se no que de bom se tem e no que se pode melhorar amanhã.
Na areia soltam-se as energias negativas em cada pegada que fica para trás e ao vento chamam-se todos os nomes que se gostaria de chamar a tanta gente, ele não se zanga e a alma fica leve.
Chega-se a praia com toneladas, cabeça cheia e a pouco e pouco começa-se a ouvir o mar, a brisa, as gaivotas, os próprios passos, a própria respiração e é aí que se sente o quanto é bom andar de pés na areia.
Sílvia Q. Sanches 2009
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