Com os pés na areia surgem duvidas, reflexões, ideias... como grãos de areia. Sobre a areia viajo para onde a imaginação me leva. De pés na areia mantenho-me de pé... Caminho à beira deste mar, medito, escrevo e partilho ideias. Assim me vou descobrindo.
segunda-feira, 11 de julho de 2016
A Casa da cultura
A minha infância
foi vivida numa época de grandes mudanças causadas pela revolução do 25 de
Abril. Os meus pais como tantos outros da sua geração, viviam aquele espírito com
muita intensidade e conseguiram transmitir-me o entusiasmo do momento.
Participei, com
umas quantas dezenas de outras crianças, em actividades lúdicas ao ar livre,
organizadas pela então Casa da Cultura, no Parque D. Carlos I. Desenhos e
pinturas num papel de cenário desenrolado pelo chão do parque, trabalhar o
barro ou plasticina em grandes mesas, (que alegria), ouvir concertos acústicos aos
pés do Zé Barata Moura e do Zeca Afonso, saber de cor a Joana Come a Papa, o
Olha a Bola Manel e o Grândola Vila Morena, eram coisas que faziam parte da
vida social de qualquer criança da época, eu não fui excepção. .
Sílvia Q. Sanches
quinta-feira, 7 de julho de 2016
O Tempo que passa
O tempo tem passado e eu crescido com ele, não ao ritmo dos outros, mas ao meu...
Todos os que de alguma forma têm feito parte da minha vida são como flores num prado colorido. Uns bem-me-querem, outros mal-me-querem, outros pouco e outros nada.
Todos contribuíram para o meu crescimento assim com eu contribuí para o de outros. Fazemos parte de uma paisagem complexa em que cada um dos elementos é um só e que no conjunto faz um todo.
Todos diferentes, todos iguais e sempre em metamorfose... É num Prado verdejante que me sinto a voar feliz contra o vento... e a cada dia num voo mais longo, mais perfeito...
Sílvia Q. Sanches 23 Julho 2013
terça-feira, 5 de julho de 2016
sexta-feira, 1 de julho de 2016
quinta-feira, 30 de junho de 2016
Anti...
Em dia em que o país pára em frente aos televisores de fundo verde, numa embriaguês cega e desmedida de patriotismo futebolístico, perco-me por um deserto imenso, despovoado. Antipatriota, anti nacionalista ou qualquer outro adjectivo que defina, anti carneirismo, anti social, individualista, apátrida...aqui estou eu!
Apátrida pode ser um pouco forte, mas define bem o desligar das tradições, normas sociais e politicas. O fugir de convenções e dogmas, seguindo uma vontade própria.
Partir sem pátria, família, ou qualquer outro tipo de ancora e ser o que quero, o que penso, o que entendo por existir.
Ovelha negra?
Talvez!
Recuso gritar golo quando todos se levantam extasiados com um qualquer remate numa baliza. Desconheço regras e tácticas de jogo e qualquer tipo de termo futebolístico...
Não conheço nomes, e de equipas nem quero saber.
Demonstrações de força, poder, para mim, não passam de rituais primatas que apenas se foram moldando à "evolução", mas a essência continua.
Falaria agora de tanta coisa em torno destas "batalhas campais", capaz até de tropeçar nas minhas próprias ideias e contrapor-me... A verdade é sou do contra. Anti futebol. e hoje estou sozinha nesta minha luta...
Sílvia Q. Sanches - junho 2016
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Raízes...
O meu lugar é aqui.
Enraizada neste mundo, neste espaço...
Rodeada de flores, aves, esquilos...
Umas vezes nua, outras vestida...
Soprada pelo vento, banhada pela chuva...
O sol e a lua...
Os cânticos dos que pousam e voam...
As marcas dos que em mim habitam...
O pólen das que me rodeiam...
Aqui estou.
Daqui não saio.
Sílvia Sanches 2014
Enraizada neste mundo, neste espaço...
Rodeada de flores, aves, esquilos...
Umas vezes nua, outras vestida...
Soprada pelo vento, banhada pela chuva...
O sol e a lua...
Os cânticos dos que pousam e voam...
As marcas dos que em mim habitam...
O pólen das que me rodeiam...
Aqui estou.
Daqui não saio.
Sílvia Sanches 2014
Gaiola...
https://eraumavezlaranja.wordpress.com/2013/07/15/foi-costurando-passaros-dentro-de-mim-que-me-tornei-uma-gaiola/
foi assim que me tornei óbvio
Foi costurando pássaros dentro de mim que me tornei uma gaiola…
foi assim que me tornei óbvio
choquei um ovo
e dele nasceu minha tristeza.
Foi despedindo das flores
que me tornei um vaso,
foi assim que me tornei imóvel
gote-ei-me, enferrujei, desconstruí
e senti saudades de amar.
Foi antecipando a vida
que aprendi a morrer
foi assim que me tornei um sonho
sonhei, cai e levantei
olhei em volta e estava distante de mim
Foi sorrindo simpaticamente
que me tornei um molde
foi assim que me tornei um porco-da-índia
apaixonei-me por um poeta e me dei descarga
na terceira margem de um poema.
Pablo Rezende
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