quinta-feira, 18 de abril de 2019

18

Numero dezoito, tão desejado antes da maioridade e tão saudado quando duplicado.
O meu numero, sem dúvida.
Muitos acontecimentos, tropeçaram neste numero.
A avó materna nasceu a 18 de Abril, e foi num dos seus aniversários que seu filho resgatou o bem  mais precioso da menina a quem chamo mãe. Como presente de aniversario, anos mais tarde, a neta deixou de ser menina e passou a cumprir com o pagamento da divida mensal da "mãe EVA" e com dezoito perde a pureza.
Dezoito para encontros e desencontros, idades, dias, aniversários, datas, anos...
2018, ano do Caminho, passando por um dia 18, redireccionando ideias, posições, a vida...
O "Dezoito" que continuará sempre presente marcando cada passagem, cada projecto de vida sem ser esperado mas inevitavelmente presente.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Oh artistas!...

É impressionante a quantidade de argumentistas populares que este país tem.
Assim como existem "olheiros" para descobrir estrelas do futebol, e concursos de talentos para a mais variadas formas de arte, dever-se-ia criar um programa para descobrir os talentosos argumentistas especializados na vida alheia. 
Melhor ainda...
Se o governo taxar esse tipo de argumentações que tanto entretém a opinião geral acaba-se com os buracos nos cofres do estado num abrir e fechar de olhos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Chiu...

Silêncio.
Hoje nem a TV liguei...
Nem os vizinhos de cima...
Nada.
Apenas os segundos do relógio. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Algures sem gravidade


Num daqueles momentos em que a embriaguez da gula se sobrepõe a tudo, velando o discernimento do que se pode e deve comer, via-se paralisada, flutuando no vazio, onde como que no espaço, os pensamentos passavam por si soltos, livres, como peças de puzzle idênticas umas às outras mas com um único encaixe.
Passava-lhe a ideia de ligar aquela pessoa que a tinha tentado contactar pela hora do almoço, mas o seu corpo e mente não reagiam ao estímulo de tentar ligar de volta.
O trabalho, as contas, as datas, os clientes, as horas, o salário, as obrigações, tudo peças miudinhas que flutuavam desordenadamente nos seus pensamentos, obstruindo a passagem de ideias maiores, escrever, pintar, criar, passear, planear momentos prazerosos, namorar, fazer planos a prazo. Sentia-se subterrada em problemas que não lhe pertenciam, mas que assumia como tal.
Tinha de ultrapassar isso, treinar a capacidade de dizer basta sem ferir susceptibilidades. Como faze-lo ainda estava longe de o saber. Tentava apanhar as peças, os pensamentos, arrumando por categoria, por ordem de prioridade, mas aquilo que tinha de ser não era bem o que esperava que fosse.
Aquelas pequenas peças do puzzle, ocupavam-na tanto em tentar arruma-las que não lhe deixavam tempo para fazer o que mais a motivava.
Perguntava-se naquele mesmo momento, há quanto tempo não ouvia música?
Ultimamente fazia do ruído em volta o som ambiente como se de uma música se tratasse. O som dos minutos do relógio do qual nem sabia se as horas estavam certas, o choro do bebé do apartamento de cima, o som de um carro que passava na rua… tudo menos aquelas melodias que a faziam sonhar, que a emocionavam, ou embalavam.
Estava perdida, flutuava no vazio. Continuava a rodopiar num espaço sem gravidade entre as peças de puzzle, grandes de pequenas, sem ordem, sem peso, sem chão.
Flutuava apenas, sem destino, sem tempo, sem metas, débil numa luta entre o discernimento e a embriaguez da gula e do não fazer nada.



sábado, 2 de junho de 2018

Linhas...

Prestes a concretizar um sonho de adolescente, qui ca de criança... em viagens imaginarias, vejo-me sem qualquer tipo de pressões nem influencias, a pisar de novo velhas linhas, velhos caminhos.

A tão ansiada viajem a Santiago, a minha caminhada será determinante.

Sinto que as alterações que o destino se encarregou de fazer, são propositadas para terminar ciclos, fechar portas entreabertas. 

Iniciaria de um ponto sem grande sentido e foi-me sugerido iniciar de outro ao que aceitei de imediato e que só me dei conta da importância do lugar de partida muito depois de o destino se ter encarregado de chamar a atenção de velhos caminhantes vindos de terras de pescadres.

Cada vez mais de convenço que a rede lançada pelo destino é agora conduzida pelo anjo que conheci na primeira noite do ano.

Comigo deixou paz de espírito, motivação e determinação.

Acredito que será mesmo esta a viagem da minha vida.

Em todos os sentidos. 

Será um marco de viragem. 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Tempestades quebram galhos

Se há dias em que o sol brilha, também os há em que o céu escurece, pressagio de tempestade.

Mesmo uma árvore robusta pode sofrer quebras, perder folhas, galhos...



Estamos em época de tempestades.

Muitas delas em pequenos copos...


Pequenas tempestades não formem elas um furacão e destrua tudo. 

Desapego

Soltar. Entregar. Deixar ir.
Deixar partir. Fluir.
Viver no presente. Sem o peso do passado.
Sem expectativas para o futuro.
Saber os nosso limites.
Somos passageiros.
Sem posses. Sem medo. Sem culpas.

sábado, 21 de outubro de 2017

Vozes de burro...

Constantemente me deparo com situações "in"esperadas.
Vivo a vida por mim, para mim e meu bem estar, vigiando de perto o crescimento e aprendizagem "da minha cria" desejando o melhor sem lhe cortar asas. Porque é assim que entendo que deve de ser.
Não me interesso pela vida de ninguém. Entendo que cada um deve utilizar a sua energia com a própria vida.
Talvez por haver demasiada dispersão sobre a vida de outrem, hajam pessoas que sofrem de distúrbios a que eu chamo de saloiice, ignorância e estupidez natural.
Não será melhor concentrarem-se nas próprias vidas, solucionarem seus próprios problemas ao invés de falarem do que não sabem e ainda acrescentarem muitos pontos??!!
Será que a vida das pessoas é assim tão desinteressante para se dedicarem à dos outros?
Ou será a minha vida assim tão interessante que mereça todo esse protagonismo?
Vivam e deixem viver!

domingo, 15 de outubro de 2017

...sem principio nem fim...

Titulo de um livro que leio quando preciso.
Sim, não é um romance, é um conjunto de conversas onde encontro respostas para coisas banais da vida.
A vida não é para ser entendida, eu sei. A vida é para ser vivida aproveitando cada dia, cada momento ao máximo. Não sabemos quando será o fim. Pode ser hoje, amanhã ou daqui a muito tempo, não sei. Só quero poder viver como desejo ou como penso que quero. Sem apegos. 
Soltar. Entregar. Deixar ir.
Deixar partir. Fluir.
Viver no presente. Sem o peso do passado.
Sem expectativas para o futuro.
Saber os meus limites.
Passar pela vida, como uma turista numa viagem de mochila às costas.
Sem posses. Sem medo. Sem culpas.
Apreciando apenas o vento no rosto, os cheiros, as cores, as pessoas. 
Andar sem destino mas com sentido. 
Certo ou errado? Não sei. 
Deixar para trás coisas que outrora se julgavam importantes. Soltar amarras. Abrir gaiolas. Voar e deixar voar. 
Aprender coisas novas, conhecer outras pessoas. 
Acredito que quando nos sentimos capazes deixar partir aquilo que não nos acrescenta mais nada e que não podemos mudar, nos tornamos mais fortes e capazes de encontrar a felicidade. 
A felicidade é subjectiva, eu sei. Depende das expectativas de cada um de nós perante o que se tem e o que se quer.
Querer e ter facilmente pode ser felicidade para muitos, para mim,  tem muito mais sabor quando se consegue pelo próprio esforço.
Desagrada-me o que me é oferecido sem que eu peça.
Mas também não sei pedir.
Nesta vida só temos um propósito:viver!
Não levamos mais do aquilo que vivemos, sentimos...
Coisas ficam e ou se dá por querer ou não terão qualquer sentido.
Não interessa onde nasci nem onde e quando morrerei.
Interessa viver ...sem principio nem fim... aqui e agora.


Sílvia Q.Sanches
15Outubro2017


Expectativas

Diariamente me mentalizo de que não devo viver de expectativas.
Mas é diariamente que me contrario e alimento esperanças, suposições, imagens ilusórias.
Constantemente dou comigo a esperar dos outros uma forma de retorno.
A verdade é que cada um só dá o que pode e sabe dar.
Não posso exigir nada à imagem do que espero.
Não devo.
Ninguém me pediu que eu desse.
Dei porque quis.
Não posso exigir retorno.
O retorno será espontâneo e eu devo saber aceitar.
...
Digo isto em forma de oração.
Faço-o em forma de lamento...
Talvez sem motivo, injusto para com os outros e comigo mesma... mas sentido.


Sílvia Q. Sanches
15Outubo2017


terça-feira, 15 de agosto de 2017

Zeca Afonso - Vejam Bem







Sentir o entusiasmo emotivo da liberdade merecida de jovens pais, tios, avós... gente entusiasta de camisa aberta, manga arregaçada, calça à boca sino...

Alegria de fazer parte daqueles bandos de miudagem livre, rebolando no chão, cantando os hinos da liberdade numa canção de roda.

Admirar a gente grande como heróis conquistadores de liberdade.

Participar alegremente em marchas, concertos e comícios às cavalitas de alguém ou embrulhada num xaile de lã ao colo de uma avó.

Sinto ainda a emoção geral de uma conquista da qual já só usufruí.

Falta-me a eloquência dos que outrora admirei, falta-me a presença, as conversas sem nexo e sem fim em volta de uma mesa de café numa espécie de nevoeiro de fumo de cigarros.

Lembranças de uma infância selada  com o entusiasmo geral.

Nasci livre...

Emociono-me.

Temo não saber defender a liberdade e morrer sem ela.