Com os pés na areia surgem duvidas, reflexões, ideias... como grãos de areia. Sobre a areia viajo para onde a imaginação me leva. De pés na areia mantenho-me de pé... Caminho à beira deste mar, medito, escrevo e partilho ideias. Assim me vou descobrindo.
sábado, 28 de maio de 2016
sexta-feira, 20 de maio de 2016
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Ambiciosa
Ambiciosa
Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)
Porto de Abrigo
Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar...
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar...
- Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!
Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!
O amor dum homem? - Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada...
Um homem? - Quando eu sonho o amor de um Deus!...
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Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)
Porto de Abrigo
sexta-feira, 13 de maio de 2016
quinta-feira, 12 de maio de 2016
...ET...
Há dias que me sinto uma autentica extraterrestre.
Completamente fora do contexto e deslocada da realidade onde vivo.
Não me identifico com nada disto.
Vou-me adaptando!
Talvez seja este o sentido da minha presença neste mundo.
Mas sempre que ouço que há vida noutro planeta... fico tão feliz!...
Afinal não estou sozinha!
Sílvia.Q.Sanches - maio 2016
Completamente fora do contexto e deslocada da realidade onde vivo.
Não me identifico com nada disto.
Vou-me adaptando!
Talvez seja este o sentido da minha presença neste mundo.
Mas sempre que ouço que há vida noutro planeta... fico tão feliz!...
Afinal não estou sozinha!
Sílvia.Q.Sanches - maio 2016
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Invasões
As invasões fazem parte da história mundial. A cultura ibérica, tão característica é sem dúvida resultado das diversas invasões sofridas ao longo dos séculos.
Portanto, está intrínseco em cada ibérico, em cada português, o sentido invadir, sobretudo o espaço alheio.
Inevitável é, à semelhança das varias invasões históricas, uma reacção inversa como o sentido de repulsa e sobretudo de evasão, provocando enfim o desejo de autonomia.
É sempre bom ter em mente, que a lição a reter após cada grande invasão é que:
"A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro."
Sílvia.Q.Sanches 10 maio 2016
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Português pelo mundo
Fala-se
português em vários países africanos (os PALOPS), continente
americano (Brasil) e Asia (Macau, India e Indonésia e até Malaca).
São nove os países de língua oficial portuguesa. Portugal, Brasil,
Angola, Moçambique, S. Tomé, Cabo-Verde, Timor, Guiné Bissau e
mais recentemente Guiné Equatorial, tudo países descobertos e
ocupados na época dos descobrimentos e onde o testemunho português
foi bem vincado. Assim como nas regiões onde o português já não é
a língua oficial mas onde é reconhecido como uma referência
cultural.
Os
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPS) são Angola,
Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique.
Unem-se a Portugal através da história e têm vindo a desenvolver
alguns acordos ao nível do Ensino Superior, na atribuição de
bolsas e de vagas, nomeadamente através do funcionamento de
Comissões Paritárias (Socioeconómico).
CPLP
– Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, criada em Novembro
de 1989, por ocasião da realização do primeiro encontro dos Chefes
de Estado e de Governo dos países de Língua Portuguesa, como o nome
indica unidos pelo idioma comum e por uma visão compartilhada do
desenvolvimento e da democracia.
O Instituto Camões foi criado para a promoção da língua portuguesa
e da cultura portuguesa no exterior. É uma organização pública,
mas autónoma na administração do património cultural da língua
portuguesa. Espalha-se pelo mundo em vários pólos de formação, não
só nos países de língua oficial portuguesa como nos países onde
há presença de portugueses.
Um
dos monumentos deixado pelos portugueses no mundo é em o forte Nossa
Senhora da Vitória em Ormuz antigo entreposto marítimo, à entrada
do Golfo Pérsico, tomado por Afonso de Albuquerque em 1507, que iniciou a edificação do Forte que foi
aba depois,
consequência do “Motim dos Capitães”. Um marco importante da breve presença portuguesa.
Em suma, presença portuguesa no mundo está muito vincada tanto a
através da língua como culturalmente, e nas importantes edificações
em pontos estratégicos nas rotas comerciais. A cultura portuguesa
está presente na história mundial não só devido aos
descobrimentos como aos movimentos migratórios do povo português
que desde a epopeia que mudou a história global sempre procurou
novos mundos contribuindo com a cultura da alma lusa.
Sílvia. Q. Sanches 2013
Sílvia. Q. Sanches 2013
sábado, 7 de maio de 2016
Recordações
Vivia perto da escola, e nas férias ia brincar no
pátio do recreio. Não havia vedações altas nem portões fechados
à chave. Os meninos iam para a escola a pé, e tinham a chave de
casa. Eu até já sabia estrelar um ovo e fritar umas salsichas, caso
a minha mãe não chegasse a casa a tempo de me fazer almoço.
Durante a tarde frequentava o ATL do Colégio Ramalho Ortigão. Fazia
os deveres da escola mas o sentido estava sempre na brincadeira, no
mundo de fantasia, de princesas e rainhas, filhas e mães, guerreiros
do espaço, imitando uma série televisiva da época Star Trek. Gostava de protagonizar a Maya, uma das tripulantes da nave espacial
Enterprise
e vulcaniana como o Mr Spock. Transformava-se nas mais variadas
criaturas e isso fascinava qualquer criança.
Os
nossos Walkie-talkies, telefones portáteis, armas laser, etc. eram
nada mais que pedaços de cadeiras velhas amontoadas num dos cantos
do recreio. Neles desenhávamos com canetas de feltro, as teclas,
ecrãs e botões especiais de laser imaginários. Não tínhamos
“Magalhães”, “Play-Stations”, “Nintendo DS”, Tablets, nem
sonhávamos que um dia iríamos andar com um pequeno aparelho, chamado telemóvel no
bolso, muito menos Iphones, e que tudo isso iria mudar as nossas vidas. O telefone era um
objeto raro, nem todos o tinham em casa, já inventávamos aparelhos
fantásticos, que nenhuma criança dos dias de hoje se atreveria
sequer a sonhar porque com tanta escolha, tanta variedade, eles nem
precisam sonhar. Antes de imaginarem já têm à disposição.
Sou
de uma geração feliz, que brincava na rua, subia aos muros,
percorria o bairro de bicicleta e jogava à macaca e ao pião no meio
da estrada. Temo por uma geração em que os meninos não têm
liberdade, não podem sair de casa ou da escola sem a companhia de um
adulto, são impedidos de criar livremente e até a comida é
geneticamente manipulada, não se sabendo ainda o que pode provocar
no futuro. Já para não falar da sua vida social, tão diferente da
que tínhamos. Hoje tão solitários agarrados a sistemas virtuais.
Será que os meus netos serão gerados via Internet?
Silvia.Q.Sanches 8-01-2014
Silvia.Q.Sanches 8-01-2014
terça-feira, 3 de maio de 2016
Capitães da Areia
Passava
os verões quase sem vigilância, na praia da Foz do Arelho, enquanto
os meus avós maternos faziam o seu negócio, na altura, um bar de
praia, e os meus pais tomavam conta da loja de fotografia, o negócio
da família. Na Foz do Arelho, junto ao cais, formara-se ali um ponto
de venda dos mais diversos negócios, uns com farturas, outros com
frangos, outros frutas, brinquedos de praia, enfim, tudo o que o povo
consumia ou era levado a consumir, foram anos em que o poder
económico do povo português tinha aumentado substancialmente, ainda
antes da revolução dos cravos.
Mas
as crianças não sabem o que é politica, e até aos 10 anos vivia os
meus Invernos entre a escola, as Atividades de Tempos Livres do
Colégio Ramalho Ortigão, as brincadeiras na minha rua e à porta da
loja de fotografia, esperando as férias grandes. Os verões que
pareciam eternidades, passados na Foz do Arelho, entre os mergulhos
no cais e a apanha de caracóis que se coziam ainda com ranhoca, e
que faziam as delícias dos lanches da petizada daquele “centro
comercial”. O grupo era grande, com idades compreendidas entre os 4
e os 12 anos, formava um autêntico bando de “Capitães da Areia”
daquela praia. Éramos os donos do pedaço, e os miúdos que ousassem
pensar que nos podiam fazer frente, quer no parque dos baloiços quer
na sessão de mergulhos do cais, saíam com certeza de cabeça baixa
para, depois da demonstração de “força”, se tornarem grandes
amigos do grupo. Posso dizer que tive uma infância livre, talvez
demais, mas saudável. Apendemos a ser independentes, a fazer frente
aos perigos, ou pelo menos, saber contorná-los, a respeitar as
hierarquias, a saber conviver e fazer amigos. Apesar de parecermos um
bando de “índios” éramos meninos bons e respeitadores das
regras do bem viver, sabíamos respeitar os mais velhos, adorávamos
ouvir contar histórias da lagoa ou outras experiências vividas por
eles. Ajudar os pais, avós ou tios a arrumar as respetivas vendas
era também uma das tarefas de todos os meninos e meninas, ao final
de cada dia.
Sílvia Q. Sanches 08-01-2014
Eutanásia
Foi como profissional de saúde que testemunhei histórias de sofrimento. Assisti a momentos de profunda angústia perante a uma vida desgastada e uma morte que tardava em chegar. Situações em que, mesmo com todo o conforto e cuidados de saúde, os idosos pediam que os ajudassem a acabarem com aquele sofrimento. O medo de se tornarem um fardo para aqueles que o rodeavam estava presente a todo o momento e o direito à autodeterminação e liberdade de escolha era-lhes negado.
Quando se chega ao final da vida sem qualquer tipo de mobilidade, incapaz de comer pela própria mão ou de fazer uma qualquer das atividades da vida diária (AVD): levantar-se, lavar os dentes, vestir-se sozinho, etc… não há qualquer motivo para se permanecer a vegetar no leito de uma cama, literalmente a apodrecer. Todos temos direito a uma vida e morte digna.
Se a situação for irreversível para quê viver com o auxílio de máquinas?
A maioria da classe médica rege-se, essencialmente, pela saúde do doente o respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início e em não fazer uso dos conhecimentos médicos contra as leis da Humanidade, esquecendo que também que deve zelar pela dignidade do doente e acabar com a má qualidade de vida.
Desligar as máquinas que mantêm aqueles que se encontram em morte cerebral poderá provocar sofrimento, ainda que por pouco tempo e do ponto de vista religioso é considerado usurpação do direito à vida humana, afinal, todos temos direito à vida. É necessário o consentimento do interessado e por vezes isso não acontece mas desde que não haja qualquer esperança de vida, na minha opinião, deve ouvir-se o apelo do bom senso e não deixar que o capricho da ciência se sobreponha ao verdadeiro sentido da vida. Não havendo esperança de vida, a ciência deve sim, proporcionar uma morte digna e não um prolongar do sofrimento tanto do doente como de quem o rodeia.
A legislação também não ajuda, aquele que de alguma forma ajudar um doente a acabar com o seu sofrimento, poderá ser condenado por homicídio.
A eutanásia passou da simples lei do mais forte à capacidade de compreender o sofrimento alheio em que facto de ninguém ser igual a ninguém e haver diferentes formas de encarar a morte tem tornado este tema tão polémico.
Sou a favor da eutanásia desde que a condição do doente (velho, adulto ou criança), seja bem avaliada e não haja qualquer esperança de vida digna.
Sílvia Q. Sanches - Dez 2013
Quando se chega ao final da vida sem qualquer tipo de mobilidade, incapaz de comer pela própria mão ou de fazer uma qualquer das atividades da vida diária (AVD): levantar-se, lavar os dentes, vestir-se sozinho, etc… não há qualquer motivo para se permanecer a vegetar no leito de uma cama, literalmente a apodrecer. Todos temos direito a uma vida e morte digna.
Se a situação for irreversível para quê viver com o auxílio de máquinas?
A maioria da classe médica rege-se, essencialmente, pela saúde do doente o respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início e em não fazer uso dos conhecimentos médicos contra as leis da Humanidade, esquecendo que também que deve zelar pela dignidade do doente e acabar com a má qualidade de vida.
Desligar as máquinas que mantêm aqueles que se encontram em morte cerebral poderá provocar sofrimento, ainda que por pouco tempo e do ponto de vista religioso é considerado usurpação do direito à vida humana, afinal, todos temos direito à vida. É necessário o consentimento do interessado e por vezes isso não acontece mas desde que não haja qualquer esperança de vida, na minha opinião, deve ouvir-se o apelo do bom senso e não deixar que o capricho da ciência se sobreponha ao verdadeiro sentido da vida. Não havendo esperança de vida, a ciência deve sim, proporcionar uma morte digna e não um prolongar do sofrimento tanto do doente como de quem o rodeia.
A legislação também não ajuda, aquele que de alguma forma ajudar um doente a acabar com o seu sofrimento, poderá ser condenado por homicídio.
A eutanásia passou da simples lei do mais forte à capacidade de compreender o sofrimento alheio em que facto de ninguém ser igual a ninguém e haver diferentes formas de encarar a morte tem tornado este tema tão polémico.
Sou a favor da eutanásia desde que a condição do doente (velho, adulto ou criança), seja bem avaliada e não haja qualquer esperança de vida digna.
Sílvia Q. Sanches - Dez 2013
sábado, 30 de abril de 2016
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