Uma lição de vida.
Com os pés na areia surgem duvidas, reflexões, ideias... como grãos de areia. Sobre a areia viajo para onde a imaginação me leva. De pés na areia mantenho-me de pé... Caminho à beira deste mar, medito, escrevo e partilho ideias. Assim me vou descobrindo.
quarta-feira, 8 de abril de 2020
domingo, 29 de março de 2020
Sol
Gosto de sol.
Ja me chamaram de lagarto, cobra, animal de sangue frio... quem me conhece sabe o quanto gosto de uma bela sorna no carro, a produzir vitamina D até escorrer pelo canto da boca.
Das minhas memorias de infância recordo as grandes sestas que fazia com o avô, no carro. Ficar completamente "grogue" ao final de um par de horas na "estufa".
Preciso de sol e hoje não foi excepção. Passei a manhã e uma boa parte da tarde na varanda ao sol. Deu para ler, consultar redes sociais, ouvir os pássaros, os vizinhos, até dormir.
Foi bom, com os níveis de vitamina D e as defesas reforçados.
Pronta para mais uma semana de clausura.
Foi bom, com os níveis de vitamina D e as defesas reforçados.
Pronta para mais uma semana de clausura.
Isolamento
Começo a habituar-me a isto.
Dizem que para criar uma rotina so precisamos de a repetir por 21 dias, e eu ja estou quase lá!
Sempre gostei de estar em casa, no meu ninho, no meu sossego. Quando estou stressada, isolo-me um fim de semana longe do mundo. Portando, ja não é novidade para mim, estar em casa.
Também gosto de passear, de caminhar, viajar... preciso disso, acho que todos precisamos. Mas agora é ficar em casa, e viajar em pensamento, ou nas paginas de um livro e trabalhar, cumprindo o horário e produzindo tanto ou mais...
Gosto de casa. Gosto da minha companhia, não nos damos mal.
Diz-se que só se é realmente feliz quando sabemos viver com a nossa própria companhia. Quando não se depende da atenção de ninguem...
Pois então, estou no bom caminho, estou bem comigo mesma, na minha rotina, no meu conforto com as minhas "taras e manias".
Por vezes sinto falta de socializar, de estar com o meu filho, de afetos... mas há um telemovel e redes socias onde podemos saber uns dos outros. Pelo menos o que queremos mostrar aos outros.
Vivo bem assim, so preciso de garantir o meu sustento, com ou sem "guerra", não há coisa melhor que sermos donos da nossa vida, sem dependencias.
sexta-feira, 27 de março de 2020
A guerra
Não tenho sono. Ou melhor, tenho mas o ruido dos meus pensamentos não me deixa descansar.
Estamos em guerra.
Fugimos de balas invisíveis, escondemo-nos de um inimigo sem rosto...
Sem rosto era o bebé que eu protegia fugindo entre escombros de um bombardeamento após o 11 de setembro.
Era um sonho e eu, grávida, preocupava-me com o bebé que sentia dentro de mim mas que não lhe conhecia o rosto.
Agora é real.
Sem bombas, mas explodindo as nossas vidas.
Trabalho em casa, penso que é mais seguro, será?
Não estou tão exposta às "balas", nem ameaço outros... ocupo o meu tempo a trabalhar. Um ciclo vicioso: dormir, comer, trabalhar, comer, trabalhar, comer, dormir...
Estou a ficar quadrada. Sim, quadrada fisicamente, porque estou a comer demais, e quadrada de espírito porque não vejo mais nada do que trabalho e noticias da guerra, e das consequências num futuro muito próximo.
Estar em casa é bom! É uma trincheira confortável, mas muito solitária.
Estou cansada de conversar comigo mesma e dizer que está tudo bem ao telemóvel... Não está facil!
A guerra está a deixar marcas e ainda nem se vislumbram sinais do seu fim.
Agora penso, como será o pós guerra?
Conseguirei dormir?
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
O voltar à Idade Média
Na verdade, parece que
continuamos na idade media.
Evoluiu-se em tanta coisa, construíram-se
prédios, estradas, passeios, os planos de ordenação a funcionarem e tantos
espaços inaugurados ou reinaugurados em vésperas de eleições… mas o essencial
parece que continua por resolver, a limpeza.
Por vezes até me parece pior. Porque
quando era pequena ainda via os varredores nas ruas efetivamente a limpar e a
lavar com grandes mangueiras e agulhetas potentes. Agora os poucos varredores
que vejo, fazem cocegas às pedras das calçadas deixando na mesma a sujidade por
onde passam.
Antes também era usual ver o
pessoal do comercio, e até de casas particulares, limparem o espaço a frente
das suas portas. Agora não vejo nada disso.
Por onde passo, vejo passeios
negros e cheios de dejetos, cantos, pilares e postes negros do sarro de urina
de animais.
E não me digam que são os cães
abandonados, porque não há cães a solta nas ruas da cidade.
Apetecia-me andar com um pulverizador
cheio de lixívia a lavar esses locais, mas não faria outra coisa.
Bem no centro da cidade, em
frente ao município, não se precisa ser um grande observador para ver um desses
exemplos. As arcadas em frente ao “Novo Banco”, estão imundas. Provavelmente a
responsabilidade da limpeza será do condomínio do prédio ou do próprio banco,
mas é um local publico com imenso movimento, com espaços de restauração nas
imediações, gente que entra e sai, que passa, passeia... há os turistas… e que
bilhete postal!
Tem sido feito muito em termos de
modernização, mas a evolução tem desviado a atenção para outros assuntos que não
a higiene e isso não se resolve com uma aplicação de telemóvel, mas sim com
medidas profundas de hábitos de saneamento.
Portanto senhores das entidades responsáveis
e comuns dos cidadãos, eu inclusive, por favor retirem os olhos dos telemóveis, não é só falar do lixo dos oceanos, vejam o que vos rodeia, há muito para fazer em terra.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2019
Oh artistas!...
É impressionante a quantidade de argumentistas populares que este país tem.
Assim como existem "olheiros" para descobrir estrelas do futebol, e concursos de talentos para a mais variadas formas de arte, dever-se-ia criar um programa para descobrir os talentosos argumentistas especializados na vida alheia.
Melhor ainda...
Se o governo taxar esse tipo de argumentações que tanto entretém a opinião geral acaba-se com os buracos nos cofres do estado num abrir e fechar de olhos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
Chiu...
Silêncio.
Hoje nem a TV liguei...
Nem os vizinhos de cima...
Nada.
Apenas os segundos do relógio.
Hoje nem a TV liguei...
Nem os vizinhos de cima...
Nada.
Apenas os segundos do relógio.
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Algures sem gravidade
Num daqueles
momentos em que a embriaguez da gula se sobrepõe a tudo, velando o discernimento
do que se pode e deve comer, via-se paralisada, flutuando no vazio, onde como
que no espaço, os pensamentos passavam por si soltos, livres, como peças de
puzzle idênticas umas às outras mas com um único encaixe.
Passava-lhe
a ideia de ligar aquela pessoa que a tinha tentado contactar pela hora do
almoço, mas o seu corpo e mente não reagiam ao estímulo de tentar ligar de
volta.
O trabalho,
as contas, as datas, os clientes, as horas, o salário, as obrigações, tudo peças
miudinhas que flutuavam desordenadamente nos seus pensamentos, obstruindo a
passagem de ideias maiores, escrever, pintar, criar, passear, planear momentos
prazerosos, namorar, fazer planos a prazo. Sentia-se subterrada em problemas que
não lhe pertenciam, mas que assumia como tal.
Tinha de
ultrapassar isso, treinar a capacidade de dizer basta sem ferir
susceptibilidades. Como faze-lo ainda estava longe de o saber. Tentava apanhar
as peças, os pensamentos, arrumando por categoria, por ordem de prioridade, mas
aquilo que tinha de ser não era bem o que esperava que fosse.
Aquelas
pequenas peças do puzzle, ocupavam-na tanto em tentar arruma-las que não lhe
deixavam tempo para fazer o que mais a motivava.
Perguntava-se
naquele mesmo momento, há quanto tempo não ouvia música?
Ultimamente
fazia do ruído em volta o som ambiente como se de uma música se tratasse. O som
dos minutos do relógio do qual nem sabia se as horas estavam certas, o choro do
bebé do apartamento de cima, o som de um carro que passava na rua… tudo menos
aquelas melodias que a faziam sonhar, que a emocionavam, ou embalavam.
Estava
perdida, flutuava no vazio. Continuava a rodopiar num espaço sem gravidade entre
as peças de puzzle, grandes de pequenas, sem ordem, sem peso, sem chão.
Flutuava
apenas, sem destino, sem tempo, sem metas, débil numa luta entre o discernimento
e a embriaguez da gula e do não fazer nada.
sábado, 2 de junho de 2018
Linhas...
Prestes a concretizar um sonho de adolescente, qui ca de criança... em viagens imaginarias, vejo-me sem qualquer tipo de pressões nem influencias, a pisar de novo velhas linhas, velhos caminhos.
A tão ansiada viajem a Santiago, a minha caminhada será determinante.
Sinto que as alterações que o destino se encarregou de fazer, são propositadas para terminar ciclos, fechar portas entreabertas.
Iniciaria de um ponto sem grande sentido e foi-me sugerido iniciar de outro ao que aceitei de imediato e que só me dei conta da importância do lugar de partida muito depois de o destino se ter encarregado de chamar a atenção de velhos caminhantes vindos de terras de pescadres.
Cada vez mais de convenço que a rede lançada pelo destino é agora conduzida pelo anjo que conheci na primeira noite do ano.
Cada vez mais de convenço que a rede lançada pelo destino é agora conduzida pelo anjo que conheci na primeira noite do ano.
Comigo deixou paz de espírito, motivação e determinação.
Acredito que será mesmo esta a viagem da minha vida.
Em todos os sentidos.
Em todos os sentidos.
Será um marco de viragem.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Tempestades quebram galhos
Se há dias em que o sol brilha, também os há em que o céu escurece, pressagio de tempestade.
Mesmo uma árvore robusta pode sofrer quebras, perder folhas, galhos...
Estamos em época de tempestades.
Muitas delas em pequenos copos...
Pequenas tempestades não formem elas um furacão e destrua tudo.
Mesmo uma árvore robusta pode sofrer quebras, perder folhas, galhos...
Estamos em época de tempestades.
Muitas delas em pequenos copos...
Pequenas tempestades não formem elas um furacão e destrua tudo.
Desapego
Soltar. Entregar. Deixar ir.
Deixar partir. Fluir.
Viver no presente. Sem o peso do passado.
Sem expectativas para o futuro.
Saber os nosso limites.
Somos passageiros.
Sem posses. Sem medo. Sem culpas.
Deixar partir. Fluir.
Viver no presente. Sem o peso do passado.
Sem expectativas para o futuro.
Saber os nosso limites.
Somos passageiros.
Sem posses. Sem medo. Sem culpas.
sábado, 21 de outubro de 2017
Vozes de burro...
Constantemente me deparo com situações "in"esperadas.
Vivo a vida por mim, para mim e meu bem estar, vigiando de perto o crescimento e aprendizagem "da minha cria" desejando o melhor sem lhe cortar asas. Porque é assim que entendo que deve de ser.
Não me interesso pela vida de ninguém. Entendo que cada um deve utilizar a sua energia com a própria vida.
Talvez por haver demasiada dispersão sobre a vida de outrem, hajam pessoas que sofrem de distúrbios a que eu chamo de saloiice, ignorância e estupidez natural.
Não será melhor concentrarem-se nas próprias vidas, solucionarem seus próprios problemas ao invés de falarem do que não sabem e ainda acrescentarem muitos pontos??!!
Será que a vida das pessoas é assim tão desinteressante para se dedicarem à dos outros?
Ou será a minha vida assim tão interessante que mereça todo esse protagonismo?
Vivam e deixem viver!
Vivo a vida por mim, para mim e meu bem estar, vigiando de perto o crescimento e aprendizagem "da minha cria" desejando o melhor sem lhe cortar asas. Porque é assim que entendo que deve de ser.
Não me interesso pela vida de ninguém. Entendo que cada um deve utilizar a sua energia com a própria vida.
Talvez por haver demasiada dispersão sobre a vida de outrem, hajam pessoas que sofrem de distúrbios a que eu chamo de saloiice, ignorância e estupidez natural.
Não será melhor concentrarem-se nas próprias vidas, solucionarem seus próprios problemas ao invés de falarem do que não sabem e ainda acrescentarem muitos pontos??!!
Será que a vida das pessoas é assim tão desinteressante para se dedicarem à dos outros?
Ou será a minha vida assim tão interessante que mereça todo esse protagonismo?
Vivam e deixem viver!
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