segunda-feira, 9 de maio de 2016

Português pelo mundo

Com os descobrimentos deu-se o início da globalização e consequentemente a Diáspora portuguesa. O português é a 6ª língua materna do mundo, usada por 260 milhões falantes, e a 3ª língua mais falada na Europa sendo apenas sobreposta pelo inglês e o espanhol.
Fala-se português em vários países africanos (os PALOPS), continente americano (Brasil) e Asia (Macau, India e Indonésia e até Malaca). São nove os países de língua oficial portuguesa. Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, S. Tomé, Cabo-Verde, Timor, Guiné Bissau e mais recentemente Guiné Equatorial, tudo países descobertos e ocupados na época dos descobrimentos e onde o testemunho português foi bem vincado. Assim como nas regiões onde o português já não é a língua oficial mas onde é reconhecido como uma referência cultural.
Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPS) são Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique. Unem-se a Portugal através da história e têm vindo a desenvolver alguns acordos ao nível do Ensino Superior, na atribuição de bolsas e de vagas, nomeadamente através do funcionamento de Comissões Paritárias (Socioeconómico).
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, criada em Novembro de 1989, por ocasião da realização do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de Língua Portuguesa, como o nome indica unidos pelo idioma comum e por uma visão compartilhada do desenvolvimento e da democracia.
Instituto Camões foi criado para a promoção da língua portuguesa e da cultura portuguesa no exterior. É uma organização pública, mas autónoma na administração do património cultural da língua portuguesa. Espalha-se pelo mundo em vários pólos de formação, não só nos países de língua oficial portuguesa como nos países onde há presença de portugueses.


Um dos monumentos deixado pelos portugueses no mundo é em o forte Nossa Senhora da Vitória em Ormuz antigo entreposto marítimo, à entrada do Golfo Pérsico, tomado por Afonso de Albuquerque em 1507, que iniciou a edificação do Forte que foi aba depois, consequência do “Motim dos Capitães”. Um marco importante da breve presença portuguesa.


Em suma, presença portuguesa no mundo está muito vincada tanto a através da língua como culturalmente, e nas importantes edificações em pontos estratégicos nas rotas comerciais. A cultura portuguesa está presente na história mundial não só devido aos descobrimentos como aos movimentos migratórios do povo português que desde a epopeia que mudou a história global sempre procurou novos mundos contribuindo com a cultura da alma lusa.  

Sílvia. Q. Sanches  2013

sábado, 7 de maio de 2016

Recordações

Vivia perto da escola,  e nas férias ia brincar no pátio do recreio. Não havia vedações altas nem portões fechados à chave. Os meninos iam para a escola a pé, e tinham a chave de casa. Eu até já sabia estrelar um ovo e fritar umas salsichas, caso a minha mãe não chegasse a casa a tempo de me fazer almoço. Durante a tarde frequentava o ATL do Colégio Ramalho Ortigão. Fazia os deveres da escola mas o sentido estava sempre na brincadeira, no mundo de fantasia, de princesas e rainhas, filhas e mães, guerreiros do espaço, imitando uma série televisiva da época Star Trek.  Gostava de protagonizar a  Maya, uma das tripulantes da nave espacial Enterprise e vulcaniana como o Mr Spock. Transformava-se nas mais variadas criaturas e isso fascinava qualquer criança.
Os nossos Walkie-talkies, telefones portáteis, armas laser, etc. eram nada mais que pedaços de cadeiras velhas amontoadas num dos cantos do recreio. Neles desenhávamos com canetas de feltro, as teclas, ecrãs e botões especiais de laser imaginários. Não tínhamos “Magalhães”, “Play-Stations”, “Nintendo DS”, Tablets, nem sonhávamos que um dia iríamos andar com um pequeno aparelho, chamado telemóvel no bolso, muito menos Iphones, e que  tudo isso iria mudar as nossas vidas. O telefone era um objeto raro, nem todos o tinham em casa, já inventávamos aparelhos fantásticos, que nenhuma criança dos dias de hoje se atreveria sequer a sonhar porque com tanta escolha, tanta variedade, eles nem precisam sonhar. Antes de imaginarem já têm à disposição.
Sou de uma geração feliz, que brincava na rua, subia aos muros, percorria o bairro de bicicleta e jogava à macaca e ao pião no meio da estrada. Temo por uma geração em que os meninos não têm liberdade, não podem sair de casa ou da escola sem a companhia de um adulto, são impedidos de criar livremente e até a comida é geneticamente manipulada, não se sabendo ainda o que pode provocar no futuro. Já para não falar da sua vida social, tão diferente da que tínhamos. Hoje tão solitários agarrados a sistemas virtuais. Será que os meus netos serão gerados via Internet? 

Silvia.Q.Sanches 8-01-2014

terça-feira, 3 de maio de 2016

Capitães da Areia

Passava os verões quase sem vigilância, na praia da Foz do Arelho, enquanto os meus avós maternos faziam o seu negócio, na altura, um bar de praia, e os meus pais tomavam conta da loja de fotografia, o negócio da família. Na Foz do Arelho, junto ao cais, formara-se ali um ponto de venda dos mais diversos negócios, uns com farturas, outros com frangos, outros frutas, brinquedos de praia, enfim, tudo o que o povo consumia ou era levado a consumir, foram anos em que o poder económico do povo português tinha aumentado substancialmente, ainda antes da revolução dos cravos. 
Mas as crianças não sabem o que é politica, e até aos 10 anos vivia os meus Invernos entre a escola, as Atividades de Tempos Livres do Colégio Ramalho Ortigão, as brincadeiras na minha rua e à porta da loja de fotografia, esperando as férias grandes. Os verões que pareciam eternidades, passados na Foz do Arelho, entre os mergulhos no cais e a apanha de caracóis que se coziam ainda com ranhoca, e que faziam as delícias dos lanches da petizada daquele “centro comercial”. O grupo era grande, com idades compreendidas entre os 4 e os 12 anos, formava um autêntico bando de “Capitães da Areia” daquela praia. Éramos os donos do pedaço, e os miúdos que ousassem pensar que nos podiam fazer frente, quer no parque dos baloiços quer na sessão de mergulhos do cais, saíam com certeza de cabeça baixa para, depois da demonstração de “força”, se tornarem grandes amigos do grupo. Posso dizer que tive uma infância livre, talvez demais, mas saudável. Apendemos a ser independentes, a fazer frente aos perigos, ou pelo menos, saber contorná-los, a respeitar as hierarquias, a saber conviver e fazer amigos. Apesar de parecermos um bando de “índios” éramos meninos bons e respeitadores das regras do bem viver, sabíamos respeitar os mais velhos, adorávamos ouvir contar histórias da lagoa ou outras experiências vividas por eles. Ajudar os pais, avós ou tios a arrumar as respetivas vendas era também uma das tarefas de todos os meninos e meninas, ao final de cada dia.

Sílvia Q. Sanches 08-01-2014

Eutanásia

Foi como profissional de saúde que testemunhei histórias de sofrimento. Assisti a momentos de profunda angústia perante a uma vida desgastada e uma morte que tardava em chegar. Situações em que, mesmo com todo o conforto e cuidados de saúde, os idosos pediam que os ajudassem a acabarem com aquele sofrimento. O medo de se tornarem um fardo para aqueles que o rodeavam estava presente a todo o momento e o direito à autodeterminação e liberdade de escolha era-lhes negado.
Quando se chega ao final da vida sem qualquer tipo de mobilidade, incapaz de comer pela própria mão ou de fazer uma qualquer das atividades da vida diária (AVD): levantar-se, lavar os dentes, vestir-se sozinho, etc… não há qualquer motivo para se permanecer a vegetar no leito de uma cama, literalmente a apodrecer. Todos temos direito a uma vida e morte digna.
Se a situação for irreversível para quê viver com o auxílio de máquinas?
 A maioria da classe médica rege-se, essencialmente, pela saúde do doente o respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início e em não fazer uso dos conhecimentos médicos contra as leis da Humanidade, esquecendo que também que deve zelar pela dignidade do doente e acabar com a má qualidade de vida.
Desligar as máquinas que mantêm aqueles que se encontram em morte cerebral poderá provocar sofrimento, ainda que por pouco tempo e do ponto de vista religioso é considerado usurpação do direito à vida humana, afinal, todos temos direito à vida. É necessário o consentimento do interessado e por vezes isso não acontece mas desde que não haja qualquer esperança de vida, na minha opinião, deve ouvir-se o apelo do bom senso e não deixar que o capricho da ciência se sobreponha ao verdadeiro sentido da vida. Não havendo esperança de vida, a ciência deve sim, proporcionar uma morte digna e não um prolongar do sofrimento tanto do doente como de quem o rodeia.
A legislação também não ajuda, aquele que de alguma forma ajudar um doente a acabar com o seu sofrimento, poderá ser condenado por homicídio.
A eutanásia passou da simples lei do mais forte à capacidade de compreender o sofrimento alheio em que facto de ninguém ser igual a ninguém e haver diferentes formas de encarar a morte tem tornado este tema tão polémico.
Sou a favor da eutanásia desde que a condição do doente (velho, adulto ou criança), seja bem avaliada e não haja qualquer esperança de vida digna.

Sílvia Q. Sanches - Dez 2013 

sábado, 30 de abril de 2016

Supertrumps - Dreamer

one of my favorits songs

Sou o que sou...

Sou despistada, teimosa, chata, umas vezes emotiva muitas outras fria, difícil de aturar. Nem a mim me aturo.
Posso ser brusca, pouco assertiva,  exigente, por vezes intolerante e impaciente.
Terei muitos outros defeitos dos quais não me recordo.
A falta de memória será outro!...
Mas se não me aceitarem com o pior do meu carácter, seguramente não merecerão o melhor de mim!!!
Pelo menos sei quem sou!!!


segunda-feira, 25 de abril de 2016

"If I Fell"


If I fell in love with you
Would you promise to be true
And help me understand
Cos I've been in love before
And I found that love was more
Than just holding hands

If I give my heart to you
I must be sure
From the very start
That you would love me more than her

If I trust in you oh please
Don't run and hide
If I love you too oh please
Don't hurt my pride like her
Cos I couldn't stand the pain
And I would be sad if our new love was in vain

So I hope you see that I
Would love to love you
And that she will cry
When she learns we are two
Cos I couldn't stand the pain
And I would be sad if our new love was in vain

So I hope you see that I
Would love to love you
And that she will cry
When she learns we are two
If I fell in love with you

Recordando o 25 de Abril


A musica do José Afonso fez parte da minha infância. Cresci a ouvir Zeca e ainda hoje me emociono quando o ouço.  

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Querer é poder?...



Ao sabor da corrente

Umas  apressada, outras mais lenta e descontraída.

Num compasso marcado pelo calendário fiscal, incapaz de abrandar. de relaxar...

Um relógio biológico  que se apressa...

Uma agenda cheia de coisas (in)úteis.

O compasso de espera...

A pressa...

O receio da chegada...

Já tão longe da partida.




Sílvia.  Q. Sanches Abril 2016

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Ban - Suave 9. Música Concreta

A Vida


É vão o amor, o ódio, ou o desdém; 
Inútil o desejo e o sentimento... 
Lançar um grande amor aos pés d'alguém 
O mesmo é que lançar flores ao vento! 

Todos somos no mundo "Pedro Sem", 
Uma alegria é feita dum tormento, 
Um riso é sempre o eco dum lamento, 
Sabe-se lá um beijo donde vem! 

A mais nobre ilusão morre... desfaz-se... 
Uma saudade morta em nós renasce 
Que no mesmo momento é já perdida... 

Amar-te a vida inteira eu não podia... 
A gente esquece sempre o bem dum dia. 
Que queres, ó meu Amor, se é isto a Vida!... 

Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"